O Brasil solicitou ao Uruguai a extradição do empresário Isidoro Rozenblum Trosman, 65 anos, e o filho dele, Rolando Rozenblum Elpern. Condenados pela Justiça Federal por corrupção ativa e evasão de divisas, há três meses eles fugiram de Curitiba possivelmente rumo ao país vizinho. Acusados de sonegar R$ 150 milhões em tributos, pai e filho também foram processados por importação subfaturada e ainda são investigados por outros crimes no Brasil.
Os uruguaios foram presos na Operação Pôr-do-Sol, da Polícia Federal. Eles controlavam direta ou indiretamente a fabricante de bicicletas e motocicletas Sundown, o Shopping Müller em Joinville (SC), a construtora Casa Construção e a distribuição de artigos para viagem e malas Ika. Os empresários deveriam estar na penitenciária, mas faziam tratamento por causa de problemas no pós-operatório de cirurgias bariátricas (redução de estômago), com escolta da Polícia Militar.
Os Rozenblum desapareceram na madrugada do dia 2 de julho deste ano, mas o Hospital Santa Cruz só sentiu a falta deles no início da tarde. Segundo investigações da PF, a medicação foi adiantada para facilitar a fuga, das 6 horas para a meia-noite do dia anterior.
Hipóteses
As investigações são sigilosas, mas há três possíveis explicações para a fuga: descuido da segurança, facilitação da escolta policial ou ajuda de funcionários do hospital. A PF ouviu médicos, o chefe de segurança, uma enfermeira e uma zeladora do hospital.
Para tentar esclarecer o mistério, na ocasião da fuga dois policiais militares foram presos, as imagens internas do hospital foram periciadas e os suspeitos de facilitar a fuga foram ouvidos. Ela pode ter sido motivada porque os empresários estariam de novo a caminho da penitenciária, tão logo terminassem o tratamento médico. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o tratamento, havia cancelado a prisão domiciliar dos dois.
O Hospital Santa Cruz não comenta o fato porque os presos ficaram lá sob custódia da Polícia Militar. Quanto a extradição, será difícil o Uruguai atender ao pedido brasileiro, pois numa situação semelhante o Brasil não teria a mesma reciprocidade. Isso porque a Constituição não permite a extradição de brasileiros.
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