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Sorocaba - A Justiça de Tupã, no oeste do Estado de São Paulo, proibiu dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST) de invadirem a fazenda Bandeirantes, no município de Salmourão, região da Alta Paulista, sob pena de prisão. A liminar foi dada em ação de interdito proibitório - medida jurídica de proteção à propriedade - movida pela família proprietária da fazenda. Desde sábado, cerca de 200 sem-terra estão acampados numa estrada, num dos limites da propriedade. Se houver descumprimento, órgãos da Segurança Pública poderão ser acionados para prender os invasores.

A fazenda é uma das 63 áreas que integrantes dos grupos ligados a José Rainha Júnior escolheram para acampar, no chamado "carnaval vermelho". A mobilização envolveu cerca de 5 mil sem-terra, entre eles integrantes do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), Unidos pela Terra (Uniterra) e de sindicatos de empregados rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na fazenda Bandeirantes, os sem-terra ergueram barracos e fincaram a bandeira do MST. Na entrada da propriedade, foi estendida uma faixa com os dizeres: "Esta fazenda pertence à reforma agrária".

O líder dissidente Rainha Júnior criticou o fato de a liminar ter sido dada num dia em que o Fórum estava fechado. "Espero que os pobres que procurem a Justiça durante o carnaval também sejam atendidos." Ele disse que a ordem será respeitada, mas os sem-terra continuarão acampados no local. "A fazenda tem laudo de improdutividade." Segundo ele, o despacho judicial não determinou que o grupo se afastasse da área. Hoje (15), Rainha se reuniu com lideranças políticas da cidade em busca de apoio.

Esta semana, ele vai pedir audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. O objetivo, segundo Rainha, é discutir a falta de recursos para novos assentamentos e para investimentos em infraestrutura. "O Incra de São Paulo alega que está sem recursos para arrecadar terras, então precisamos que esses recursos apareçam." Segundo ele, o grande número de famílias acampadas sem a perspectiva de serem assentadas gera um clima de tensão no campo. "Eles querem ir para dentro das áreas e não dá para ficar segurando indefinidamente."

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