O delegado Silvan Pereira pagou os R$ 10 mil de fiança arbitrada pela Justiça de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e ganhou liberdade na noite de ontem. Outros nove policiais detidos também tiveram suas prisões revogadas, mas irão recorrer da fiança por não ter condições financeiras de arcar com o valor. Eles estavam presos desde julho acusados de torturar quatro homens suspeitos de terem assassinado Tayná Adriane da Silva, de 14 anos.
A informação foi confirmada pelo advogado André Luiz Romero, que inicialmente defendia nove dos dez policiais, mas que agora também atuará em favor de Pereira em conjunto com Cláudio Dalledone, defensor do delegado desde que o Ministério Público (MP) denunciou os policiais pelo suposto crime cometido contra o quarteto.
Apesar de revogar as prisões preventivas sob pagamento de fiança, a Justiça determinou aos policiais o cumprimento de medidas cautelares, como o afastamento da atividade policial, o comparecimento bimestral em juízo e a proibição de se ausentarem por mais de dez dias da cidade onde residem. Além disso, eles estão proibidos de qualquer aproximação com os quatro homens supostamente torturados.
Na decisão, a juíza Aline Passos argumentou não ver mais razões para manter os policiais presos, "uma vez que as supostas vítimas foram incluídas no programa de proteção às testemunhas e os réus são servidores públicos, com residência fixa, e vêm colaborando com a Justiça". A magistrada citou ainda a possibilidade "constrangimento ilegal" aos acusados por causa do enorme lapso temporal transcorrido desde a prisão sem que o caso fosse solucionado.
Dalledone celebrou a decisão da juíza. "Foi uma decisão tardia, mas justa. Não havia argumentos para manter essas pessoas presas, quando os reais matadores de Tayná estão protegidos por lei", argumentou o defensor, referindo-se aos quatro funcionários do parque de diversões de Colombo inicialmente acusados do crime.
Sem solução
A autoria do crime continua sob investigação. No último dia 10, o delegado Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios, pediu ao MP a prorrogação do prazo para investigar o caso.
Procurado, o coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, que comandou a investigação da tortura contra os então suspeitos, não quis comentar a soltura dos policiais.
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