Após anular licenças dos camelôs e dar um mês para que eles saiam definitivamente das ruas do centro de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) recuou e abriu uma exceção em relação a vendedores ambulantes deficientes e idosos. Kassab garantiu na manhã de ontem que vai "oferecer a eles segurança para que seu trabalho e seus rendimentos não cessem" enquanto shoppings populares são construídos.
A Prefeitura ainda estuda, porém, se os camelôs que se enquadram nesse perfil continuarão trabalhando normalmente ou se alguma outra solução será adotada. "Teremos nessas quatro semanas a oportunidade de construir uma forma de tê-los abrigados enquanto não tem solução definitiva do shopping", disse. Quando os espaços ficarem prontos, idosos e deficientes terão prioridade.
Para os outros camelôs, no entanto, Kassab não apresentou nenhuma solução a curto prazo. Os três shoppings populares que vão abrigá-los ainda estão sendo planejados. A previsão do prefeito é de que fiquem prontos "ainda ao longo do ano que vem". "Se puder ainda neste ano, melhor."
Sem acreditar no prefeito, os camelôs deficientes e idosos pretendem ir hoje à tarde ao Ministério Público pedir a garantia do direito de trabalhar. A Defensoria Pública do Estado, que já conseguiu decisão temporária que impede que camelôs da zona leste sejam tirados da rua, pensa em entrar com ação civil pública similar em toda a cidade.
A advogada Juliana Avanci, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, que presta auxílio aos ambulantes, afirma que não são só deficientes e idosos que precisam de ajuda na transição. "A Prefeitura não pode tirar a licença de pessoas que trabalham há 30 anos sem dar alternativas de trabalho." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
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