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O jogador de vôlei Maurício Souza, da seleção brasileira, medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, demitido do time em que jogava por criticar o ativismo LGBT no esporte e em animações, se manifestou nesta quinta-feira (28) nas redes sociais em defesa do Minas Tênis Clube. Segundo ele, o clube "não teve culpa nenhuma" em sua demissão e precisou ceder após receber as ameaças de retirada de patrocínio.
"A culpa de tudo não é do Minas! A culpa é da galera que não aceita mais opinião contrária a deles, qualquer coisa falada que não seja o que eles aprovam você é homofóbico e preconceituoso. A tolerância do outro lado é zero!", escreveu. "O meu diretor herói e o meu presidente fizeram o máximo para me segurar na equipe, eles fizeram o possível e o impossível. Infelizmente, eles não aguentariam perder tantos patrocínios assim", acrescentou em vídeo.
Souza, que já foi considerado o melhor central da Liga Mundial de Vôlei, sofreu uma campanha de cancelamento realizada nas redes sociais da Torcida Independente e apoiada pelos patrocinadores do time, a Fiat e a Gerdau.
O suposto crime de Souza foi publicar três posts e um vídeo em que ele critica a imposição de parâmetros LGBT. Em um deles, o jogador questiona o uso da linguagem neutra em novela da Rede Globo; no segundo, o jogador critica o fato de a DC Comics ter caracterizado o atual Super-Homem como bissexual. Em um terceiro, ele postou uma foto crítica à inclusão de Gabrielle Ludwig na equipe feminina de basquete dos EUA. Ludwig era da Marinha Americana, mudou de sexo e fez cirurgia aos 50 anos, e fisicamente é maior e mais forte que as outras atletas.
Antes de publicar o vídeo em defesa do clube, Souza postou uma imagem do Super-Homem beijando a Mulher Maravilha. A imagem é uma crítica velada aqueles que o rechaçaram por ser contrário à exposição de um Super-Homem bissexual a crianças.
Além de ser demitido, o jogador também foi criticado por Renan dal Zotto, técnico da Seleção Brasileira de Vôlei, que considerou a conduta de Souza "inadmissível". Em entrevista ao O Globo, dal Zotto disse que na seleção brasileira não “tem espaço para profissionais homofóbicos".