Porto Alegre e São Paulo – Subiu ontem para ao menos 42 o número de presos pela Operação Facção Toupeira. Em Porto Alegre (RS), os 26 detidos foram transferidos sexta à noite, sob forte aparato da Polícia Federal, para o Presídio de Alta Segurança da Charqueadas (60 km da capital gaúcha). As novas prisões ocorreram nos estados do Tocantins, onde quatro equipes da PF cumpriam ontem também mandados de seqüestros de bens e de busca e apreensão, e do Ceará. A quadrilha, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi responsável pelo maior furto a bancos já realizado no país – o do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005, quando R$ 164,8 milhões foram levados do caixa-forte.

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Os presos em Porto Alegre, que cavavam um túnel para assaltar as agências centrais do Banrisul e da Caixa Econômica Federal no centro da cidade, deverão ter seus destinos definidos a partir de amanhã. Como as ordens de prisão foram expedidas pela Justiça de Fortaleza, eles devem ser transferidos para o Ceará ou, em uma segunda hipótese, seguir para o Presídio Federal de Catanduvas (PR).

O grupo pretendia agir no feriado de 7 de setembro e arrecadaria de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões.

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Nessa data, haveria tranqüilidade para operar, e os bancos teriam dinheiro de pagamentos do início do mês. A "estimativa’’ é do superintendente da PF gaúcha, José Francisco Mallmann.

O delegado que comandou a operação, Ildo Gasparetto, disse ontem ter "praticamente certeza’’ de que foram repassadas informações privilegiadas para o grupo. A PF estranha o conhecimento, pelos criminosos, do mapa subterrâneo de Porto Alegre e do sistema de segurança dos bancos.

Uma das estratégias dos assaltantes para manter a discrição foi o aluguel de um sobrado bege de três pavimentos com muros nos fundos e sacadas amplas. Tudo transparecia uma vida normal. Era de lá, porém, que os chefes do grupo coordenavam o esquema. Quatro deles foram presos no local. Outros 22 estavam no prédio da esquina entre a Avenida Mauá e a Rua Caldas Júnior, de onde saía o túnel já com 80 m – chegou até a Rua Siqueira Campos, faltando 30 m para atingir o Banrisul.

A operação em Porto Alegre envolveu 37 policiais gaúchos e 63 de elite que chegaram de Brasília na tarde de quinta-feira. Ontem foram feitas prisões em outros sete estados.

Novas prisões

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Os detidos no Tocantins são irmãos. Estavam numa fazenda em Miranorte (159 km de Palmas), que, segundo a PF, pertence a Raimundo Laurindo Barbosa Neto, preso anteontem em Parnaíba (a 356 km de Teresina). No local também foi apreendida uma motocicleta. Os dois são primos de Barbosa Neto – um deles é homônimo do parente preso no Piauí. Segundo a PF piauiense, Barbosa Neto disse ter ficado com R$ 4,8 milhões do furto ao BC em Fortaleza.