Quatro homens utilizando coletes da Polícia Federal (PF) e se identificando como investigadores têm roubado famílias de classe média alta de Curitiba. Cinco ações semelhantes já foram registradas na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). O último golpe aconteceu no início da noite de sábado passado. "Geralmente, eles chegam às residências no meio da noite, por volta das 22 horas", relata o delegado titular da DFR, Rubens Recalcatti, que investiga os casos e já tem o retrato falado de duas pessoas.
Fortemente armados, os supostos policiais apresentam mandados de busca e apreensão a familiares de pessoas, alegando que erlas estariam sendo investigadas em operações de envio ilegal de dinheiro para o exterior. "Qualquer polícia só pode cumprir mandados durante o dia, das 6 às 18 horas", esclarece o delegado. De acordo com os investigadores, os bairros Portão, Água Verde, Bigorrilho, Batel e Mercês são os mais visados pela ação dos criminosos. No último caso, a quadrilha abordou a mulher e a filha de um empresário quando chegavam em casa.
Sempre gentis e muito educados, os falsos investigadores pedem que as vítimas apontem onde está o computador da casa para que verifiquem dados e arquivos que comprovem algum crime. Ao tentar argumentar que a vistoria só poderia ser feita mediante advogados, as vítimas são ameaçadas de prisão por desacato à autoridade. Depois, é solicitado que seja mostrado onde encontra-se o cofre da residência e seja aberto para que possam apurar os números dos dólares que seriam enviados para paraísos fiscais.
Nervosas e sem saber o que fazer, as vítimas são levadas a um cômodo da casa e os golpistas pedem que elas aguardem enquanto terminam a simulação de perícia. Nesse momento acontece a operação. Os criminosos tiram tudo o que a família tem no cofre, levam alguns aparelhos eletroeletrônicos e saem da residência sem que as vítimas percebam. "Nesse último caso eles levaram jóias, dólares, R$ 200 e um celular. Estimamos o prejuízo em R$ 250 mil", conta Recalcatti.
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