Diante da ineficiência do bloqueio de veículos no setor histórico do Largo da Ordem, em Curitiba, instituído em 2005, a prefeitura decidiu aumentar a fiscalização no local. A partir de amanhã, agentes da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) irão impedir a entrada de veículos em duas vias de acesso. Serão colocados floreiras e pontaletes (postes metálicos) para garantir que o trânsito nas ruas São Francisco (a partir da travessa Nestor de Castro) e Doutor Claudino dos Santos (a partir da rua do Rosário) fique definitivamente interrompido.
Na terceira via de acesso, a Mateus Leme, não haverá barreira física, mas a entrada será exclusiva para veículos de carga (máximo de 1,8 tonelada) do comércio local, moradores e viaturas da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
O administrador regional da Matriz, Omar Akel, diz não possuir os dados de quantos motoristas serão atingidos pela mudança. "O local não é significante com área de estacionamento para a cidade, mas é extremamente importante ter a área livre", afirma. Segundo Akel, a falta de fiscalização trouxe danos ao patrimônio histórico. "Na medida em que a fiscalização deixou de ser rigorosa, as pessoas foram aproveitando."
Passados dois anos de implantação do bloqueio, alguns pontaletes que impediam o acesso à Doutor Claudino e floreiras da Rua São Francisco foram retirados. "Se não resolver (a fiscalização), vamos voltar ao poder municipal e reivindicar", afirma o presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Setor Histórico de Curitiba, Alberico Ventura do Nascimento.
Orientação
Há quatro semanas, a Guarda Municipal orienta os motoristas sobre o fechamento da via. O guarda municipal André Bressan conta que filas de veículos estacionados dificultavam a passagem de pedestres. "Havia também perigo de atropelamento por causa de alta velocidade", diz.
Na sexta-feira, porém, ainda era possível constatar irregularidades. A assistente social Flávia Zorzi estacionou o carro no setor histórico por desconhecer a regra. "Agora que olhei a placa. Mas sempre vi um monte de gente entrando", afirma. Ela diz ser a favor do fechamento da rua, assim como a maioria dos freqüentadores da região.
"É ótimo o bloqueio, até mesmo porque paralelepípedo não foi feito para andar de carro", opina a pedagoga Edilane Santos. A funcionária pública Maria Bárbara Souza Pires conta que usualmente é pega de surpresa com a presença de veículos. "Ando aqui como se fosse na Rua XV de Novembro (calçadão para pedestres) e de repente aparece um veículo", reclama.
Já o proprietário de um bar Gabriel Cordeiro Strobel acha o bloqueio um erro e teme que haja queda no movimento de clientes. Segundo ele, os veículos transitando não apresentam risco para os clientes do lado de fora do bar e que, quando a rua é fechada, o movimento diminui. "Quem gasta R$ 10 a mais para o estacionamento pensa duas vezes antes de vir para o bar."