Iniciativa
Empresários criam calendário de eventos para atrair frequentadores
Donos de bares, restaurantes, casas de artesanato e espaços de arte da região do Largo da Ordem arregaçaram as mangas para atrair mais frequentadores ao Centro Histórico. Em conjunto, eles planejam um calendário de eventos para potencializar a gastronomia e a cultura da região. Já estão programadas três datas: o Festival Gastronômico (em julho), o Centro Histórico Divertido (no Dia das Crianças) e um evento de Natal.
A articulação começou a dar certo depois que os empresários se uniram em parceria, formando a Rede Empresarial do Centro Histórico de Curitiba. Com suporte do Sebrae e do Sistema Fecomercio, eles diagnosticaram suas demandas e pontos fortes. A partir daí, planejaram para crescer de forma sustentável e mais profissional.
"É uma região muito forte na gastronomia, cultura, artesanato e moda. Os empresários querem fortalecer a área de forma coletiva e colaborativa. Assim, será possível desenvolver a região e buscar mais apoio do poder público", afirma a consultora do Sebrae, Valderes Bello.
A especialista vê com bons olhos a revitalização do Largo da Ordem, mas também acredita que outros aspectos também mereçam cuidados. Ela aponta para a necessidade de conservação das vias, melhorias no trânsito e criação de uma estrutura para recepção dos turistas. "Quanto mais famílias estiverem frequentando, quanto mais habitada a região estiver, melhor será", afirma.
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Considerado um dos pontos mais charmosos do Centro Histórico, o Largo da Ordem está prestes a passar por um processo de revitalização. Os casarões e prédios históricos vão ganhar nova pintura, por meio de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e uma empresa de tintas (a Coral). Mas a tentativa de revalorizar a área pode ficar restrita às cores das fachadas. Setores como segurança e infraestrutura não estão contemplados no projeto.
A pintura das edificações deve começar a ser feita ainda em junho, em cores definidas a partir de um estudo realizado pelo Ippuc. Os prédios que já passaram por algum processo de restauro vão receber tinta em tom semelhante ao original. Para os demais, foram escolhidas matizes que se harmonizem ao conjunto arquitetônico do qual fazem parte. Pela parceria, os proprietários dos imóveis ganham a tinta para a pintura, mas devem arcar com os custos da mão-de-obra. A adesão é voluntária.
"De um modo geral, os empresários estão animados e empenhados no sentido de tornar a região mais atrativa, de trazer mais pessoas ao Centro Histórico", disse a arquiteta do Ippuc, Carla Choma Frankl, que assina o projeto ao lado do arquiteto Mauro Magnabosco.
O Ippuc cadastrou 62 imóveis, alguns dos quais datados dos séculos 18 e 19. Quatro deles são tombados o Palacete Wolf, a Igreja da Ordem, a Sociedade Garibaldi e a Casa Romário Martins. Outros 30 prédios são unidades de interesse e preservação.
Insegurança
A possibilidade de ver os casarões de cara nova deixa otimista a empresária Fernanda Pawluzyk Rios, dona do Armazém do Artesanato. Ela acredita que a valorização do aspecto visual será um "primeiro passo" para fisgar novos frequentadores e resolver problemas estruturais da área. "Tornando um lugar melhor, podemos trazer mais gente para cá e criar condições para melhorar outros aspectos", disse.
Diferentemente das revitalizações das ruas Riachuelo e São Francisco que contaram com nova iluminação, reforço na segurança e melhorias no calçamento , o projeto do Largo não prevê outras ações. Entre os empresários, a principal reivindicação é a segurança. Eles reclamam do volume de moradores de rua e usuários de drogas que perambulam pelo Largo. "O cliente se senta à mesa e já vem gente pedir. Tem muita gente fumando crack até durante o dia", diz Erotides Saad Pereira, dona do bar Saccy.
Outro velho pedido são os banheiros públicos, como forma de reduzir o odor forte de urina sentido principalmente em fins de semana. A ação dos pichadores também preocupa. Para os empresários, tudo poderia ser resolvido com o reforço no policiamento. "Não precisa um batalhão. É só a polícia mostrar que está aqui", afirma o gerente do Firefox, Nilton Gomes.
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