Em menos de 30 dias, Londrina, no Norte do estado, registrou três latrocínios (roubos seguidos de morte). Do início do ano até esta segunda-feira (18), foram contabilizados sete deste tipo de crime, contra apenas três no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 133%.
Segundo a polícia, parte dessas mortes está relacionada à reação da vítima aos assaltos e a sociedade precisa cobrar ações também nas áreas de educação, habitação e atendimento à saúde para combater as causas que levam à criminalidade. "Não podemos afirmar que, a partir desses casos, há mais violência na cidade. A cidade passa muito tempo sem nenhuma ocorrência (de latrocínio). É que agora tivemos três em pouco tempo", enfatizou o delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso.
Ele se refere ao pastor Erinaldo Lopes da Silva, 42 anos, morto em tentativa de assalto à uma igreja na Vila Casoni (região central), dia 18 de maio; ao estudante Rafael Ruiz, 19 anos, assassinado dia 2 de junho, em sua casa no Jardim Presidente (zona oeste); e ao segurança Henrique César da Silva, de 34 anos, morto no último dia 15, em frente ao Iapar (zona sul).
"Esses crimes estão acontecendo, mas isso não é só em Londrina. O estudo dos presos mostra que há um problema social. No último caso (Henrique César da Silva), o autor do disparo era usuário de entorpecente e já esteve envolvido em outros assaltos. Ele tem um problema com o vício. Mas procura no sistema de saúde se há algum hospital especializado para tratar essa pessoa", questionou o porta-voz da Polícia Militar, tenente Ricardo Eguedis.
"No Brasil, cresce cada vez mais a desigualdade e ninguém combate as causas e querem que a polícia resolva atuando nas conseqüências. A sociedade organizada do País tem que cobrar ações dos órgãos públicos de prevenção, não somente da polícia, mas da educação, da habitação, do esporte, de atendimento ao viciado em drogas", afirmou Barroso.
Ele deu o exemplo ocorrido no Jardim São Jorge, na zona norte. O local era um dos mais violentos da cidade. Em 2005, cinco homicídios aconteceram no bairro. Mas o local foi considerado prioridade pelo programa Onde Moras, que entregou 80 casas aos moradores. Resultado: no ano passado, apenas um homicídio no bairro, e neste ano nenhum.
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