| Foto: Reprodução/

O inquérito que investiga a morte da copeira Rosária Miranda da Silva, 44 anos, deve ser encerrado na próxima semana. A Polícia Civil ainda espera detalhes para concluí-lo. A expectativa é que a investigação termine na segunda-feira (27) e o relatório final seja protocolado no Ministério Público. A apuração, no entanto, já coloca Kátia das Graças Belo, a investigadora da Polícia Civil, como indiciada. Entre os principais indicativos de autoria está o laudo da reconstituição.

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A reportagem da Gazeta do Povo teve acesso à conclusão da análise oficial. De acordo com a Polícia Científica, foram simuladas três posições que mostram supostas origens do tiro. A última mostrou que a janela da policial é compatível com a trajetória da bala que atingiu a cabeça da vítima.

“Nessa posição, um dos peritos direcionou a ponteira laser a partir da janela, enquanto outro permaneceu no terreno do “Ideal Café” [local da morte], a fim de verificar se a trajetória atingiria a posição da vítima”, explica o documento.

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Apesar de o laudo ter apontado a janela como o possível local do tiro, há uma ressalva no próprio documento. Na conclusão, os peritos mencionam que a vegetação (há uma árvore na região entre a casa da policial e o local da morte) e outros elementos, como o muro, causam uma obstrução de visão direta. Mesmo assim, os profissionais acreditam que a janela é compatível como origem do tiro.

O advogado da família de Rosária, Ygor Nasser Salmen Salah, informou, por meio de nota, que o laudo não deixa dúvidas que a policial efetuou o disparo da janela do imóvel onde mora. “Diante das últimas informações e conclusões, principalmente com base no relato de testemunhas que apontam uma conduta agressiva reiterada da investigada, entendemos que sua prisão e a medida que se impõem”, pediu.

Segundo ele, outros elementos da investigação também reforçam a tese da apuração oficial. “Lembro também que o vídeo contendo os clarões com o laudo elaborado também corrobora com o preenchimento da autoria do crime”, mencionou.

A investigação encontrou um vídeo de monitoramento de uma empresa, localizada próxima da residência da policial, na região do Centro Cívico. O vídeo apontaria que a investigadora desferiu pelo menos dois tiros e não um como afirmou em depoimento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As imagens mostrariam clarões da janela da policial.

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O advogado da policial Peter Amaro voltou a afirmar que Kátia não desferiu o disparo que matou a copeira. “O laudo aponta uma possibilidade, mas não é uma certeza absoluta. Vejo ainda várias questões que serão levantadas no momento oportuno”, diz. Segundo ele, o modelo da vítima, usado na reconstituição, por exemplo, não bate com a altura da copeira. “Dúvida existe e são muitas”, afirma.