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Um ano depois de o Paraná ter sido declarado oficialmente foco de febre aftosa e depois de uma polêmica que perdura por 14 meses, resultados de necropsia em animais abatidos em solo paranaense indicam que eles não estavam contaminados pelo vírus.

O laudo que desmente a existência da doença no estado é assinado por uma comissão em que o Ministério de Agricultura (Mapa) tinha um representante. Datado do último dia 4, o docuimento da comissão de necropsia é validado por representantes dos produtores, da Secretaria de Agricultura do Paraná, do Mapa e do Panaftosa (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa).

A notificação de focos de aftosa em Mato Grosso do Sul (onde foram confirmados) e no Paraná causou prejuízos a pecuária nacional em torno de US$ 1,7 bilhão. No Paraná, que ainda sofre com as restrições dos compradores internacionais, os prejuízos ainda não foram calculados.

Acertos

A divulgação da suspeita de febre aftosa no Paraná, sua confirmação pelo Mapa em dezembro de 2005 e o abate de animais foi objeto de polêmicas. Mas houve também "acertos" para livrar do sacrifício animais de alto valor. Matrizes e reprodutores PO (de pura origem) foram retirados da lista de animais a serem abatidos. A reportagem apurou que, em fevereiro de 2006, em reunião em Maringá, técnicos do Mapa e da secretaria estadual de Agricultura aceitaram duas condições dos produtores para o sacrifício: seria criada uma comissão para fazer necropsia dos animais abatidos e POs de propriedades em Maringá e Grandes Rios seriam retirados da lista de abate.

Os produtores José Moacir e Alexandre Turquino conseguiram ainda incluir no acordo a necropsia de animais da fazenda Bonanza, de Eldorado (MS). A polêmica sobre a aftosa no Paraná surgiu depois que animais dos dois pecuaristas foram trazidos ao estado e vendidos em leilão. No dia 10 de outubro do mesmo ano o Mapa notificou focos de aftosa em Eldorado e incluiu a fazenda Bonanza como área de interdição. Os Turquino acabaram suspeitos de difundirem a aftosa no Paraná.Exames RT-PCR (que identificam traços do vírus até dois anos após a infecção) mostraram que não existia aftosa nos animais levados ao Paraná, nem naqueles da fazenda em Eldorado. André Carioba, que teve 1,8 animais sacrificados em São Sebastião da Amoreira, disse que irá anexar o laudo à ação que já move.

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