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O pedreiro Édson Elias dos Santos, 28 anos, foi morto com oito tiros disparados por policiais militares que faziam plantão no Largo da Ordem, no Centro de Curitiba, durante o carnaval. É o que aponta o laudo do Instituto Médico Legal (IML), segundo o delegado Jairo Estorilio, que comanda a investigação. Na manhã de ontem, ele ouviu os seis policiais que atenderam a ocorrência.

De acordo com os PMs, Édson e outras duas pessoas foram abordadas por volta das 23h50 do último dia 16, uma sexta-feira. O pedreiro teria corrido e atirado nos policiais. Depois disso, de acordo com o delegado, ele foi atingido por seis balas nas costas e duas no abdome. Estorilio confirmou que o pedreiro chegou morto ao Hospital Evangélico.

O delegado confirmou que não solicitou um exame das mãos de Édson para verificar se havia resíduos de chumbo. "Se a pessoa teve contato com algum produto que tem chumbo o resultado vai ser o que os peritos costumam denominar ‘falso-positivo’. Além disso, o corpo tinha sido lavado no hospital", disse.

Os outros dois suspeitos (César dos Santos e Tiago Fernando de Lara, ambos com 20 anos) foram encaminhados na madrugada do último sábado ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), no bairro Portão, e liberados em seguida. Segundo Estorilio, que atendeu a ocorrência, isso ocorreu porque o carro que o trio estaria tentando roubar – um Passat branco – não estava mais no local quando a polícia chegou. "Não podia autuá-los sem o flagrante", afirmou.

O delegado disse ainda que está aguardando um laudo sobre as balas que atingiram a viatura da PM, mas disse não ter dúvidas de que houve um confronto. Ele, no entanto, não descartou a possibilidade de ter havido um "excesso" por parte dos policiais militares.

A mãe de Édson, Iraíde dos Santos, 47 anos, contestou que o filho tenha recebido oito tiros. "Contei 15 tiros e na funerária disseram que foram 18. Ele estava picado de balas", disse. "A cabeça estava cheia de caroços, de tanto que eles (os policiais militares) bateram. O que fizeram com meu filho não se faz nem com um cachorro." O prazo para a conclusão do inquérito é 21 de março.

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