O laudo pericial realizado nas duas "filhas-netas" do pescador de 54 anos preso nesta terça-feira (8), em Pinheiro (MA), confirmou que a criança de 5 anos e 8 meses teve rompimento parcial do hímen, laceração da mucosa genital e apresenta discreto sangramento. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (10) pela Polícia Civil do Maranhão. Outra "filha-neta" examinada, de 8 anos, teria dito à polícia que sofreu abuso sexual, mas o laudo não revelou lesões no corpo dela. Em depoimento à polícia, o pescador nega o crime.

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Segundo a delegada Adriana Meireles, responsável pelo inquérito policial, disse ao G1 que os exames foram feitos pelos médicos Gerson Marques e Ruth Costa, que trabalham no Hospital Municipal Materno-Infantil de Pinheiro e foram nomeados para atuar no caso. "A cidade não tem médico legista e por isso eles foram acionados para fazer os exames."

O pescador é suspeito de ter sete filhos com a filha, que hoje tem 28 anos e com quem mantinha uma relação de marido e mulher. Ele foi preso por mantê-la em cárcere privado em uma casa de dois cômodos em um povoado distantes de Pinheiro e que só é possível chegar até o local usando canoas.

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Nesta quarta-feira (9), as crianças passaram por exames médicos e odontológicos. Todas estavam com cabelo repleto de piolhos, apresentaram sinais de desnutrição. Um deles é portador de deficiência auditiva e nunca havia tido acompanhamento médico.

Pescador teve sete filhos com filha de 28 anos

O laudo apresentado pela polícia indica que a "filha-neta" de 8 anos permanece virgem, não sofreu violência sexual e nem consjunção carnal. O exame na "filha-neta" de 5 anos e 8 meses revela que a menina sofreu violência sexual. "Houve introdução de algo na genitália dela, mas não é possível determinar se foi por meio de um instrumento, objeto ou até mesmo os dedos. A lesão não permite que os médicos afirmem o que provocou o machucado", disse a delegada.

Adriana afirmou ainda que a criança de 5 anos e 8 meses não fala e é muito arredia. "Ela praticamente chora quando alguém se aproxima dela. Os médicos nos relataram que ela se mostrou bastante fechada e assustada quando se preparavam para o exame. A menina de 8 anos relatou que o pescador a aliciava, mas nenhuma lesão foi encontrada em seu corpo."

Investigação

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O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, há pouco mais de 15 dias. O pescador e a filha moravam em uma casa de dois cômodos, feita de barro e pedaços de madeira, coberta de palha e de chão batido. O imóvel fica no povoado de Experimento, uma região afastada do Centro de Pinheiro, a mais de 300 quilômetros de São Luís. Os policiais precisaram usar canoas para chegar ao local.

O pescador está detido na carceragem da Delegacia de Pinheiro, em cela separada dos demais, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito. "Ele será indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado."

A promotoria da Infância e da Juventude de Pinheiro foi informada sobre o caso. A primeira mulher do pescador, mãe da jovem, também foi ouvida pela delegada sobre o caso. Ela teria informado à polícia que não tinha conhecimento da situação de sua filha com o pescador e que hoje mora em São Luís com outro marido e filhos.