O delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Felipe Ettore, afirmou, nesta sexta-feira (30), que o exame toxicológico sobre a causa da morte dos dois homens que teriam sofrido uma overdose provocada por policiais militares ficará pronto em até 10 dias e somente após esse laudo é que as investigações terão algum avanço. Ainda de acordo com o delegado, as informações relevantes já foram registradas e não há previsão de novos depoimentos. Segundo o comandante do 18º BPM (Jacarepaguá), os policiais contaram que revistaram os homens, e que eles foram liberados em seguida após nada ser encontrado.

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"As pessoas envolvidas foram todas ouvidas, o trabalho da perícia foi realizado e agora o exame toxicológico fica pronto em 10 dias. Eu tenho várias versões das pessoas envolvidas. Enquanto não tiver os resultados desses exames, eu não posso dar nenhuma informação", disse Ettore.

Segundo o delegado, a polícia ouviu o amigo das vítimas, os três policiais militares suspeitos de forçar os dois rapazes a consumir cocaína e também outras testemunhas que não podem ser reveladas. Ele afirmou também que há mais de uma versão para o caso.

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PMs afastados

Os três policias militares envolvidos estão afastados das ruas. Os policiais negam a acusação.

Testemunhas contaram que Jorge Alex da Silva Cardoso, de 33 anos, e Atemildo Oliveira de Souza, de 27 anos, estavam bebendo num bar na Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, quando começaram a passar mal e morreram.

O amigo que estava com eles procurou a 32ª DP (Taquara). Segundo a polícia, o homem contou que consumiu cocaína com os amigos no ônibus da linha 760 (Curicica-Madureira). Passageiros chamaram PMs que faziam o patrulhamento a pé, e os três homens foram revistados perto de uma cabine da polícia.

Duas versões

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Na versão do amigo, os policiais flagraram a droga e forçaram os colegas a ingerir cocaína misturada a uma bebida. Mais tarde, eles teriam morrido de overdose. A polícia tem outra versão.

"Fui ao local, conversei com os policiais, e eles confirmaram a abordagem, mas que não encontraram nada com eles. Os suspeitos foram liberados por conta disso", disse o tenente-coronel Djalma Beltrami, do 18º BPM (Jacarepaguá).

A polícia pediu as imagens das câmeras da PM instaladas próximas à cabine onde foi feita a revista.

Parentes de uma das vítimas estiveram na delegacia. A prima de Atemildo disse que ele estava com R$ 1.500 do pagamento que recebeu como pintor e que ele não usava drogas. "Era um trabalhador, que saiu à tarde para levar um dinheiro para pagar uma dívida da minha prima, que encostou no bar e caiu e morreu", disse Tatiane Santos.