Design como aliado
Quatro modelos padronizados a serem seguidos nas bulas distribuídas pelas farmácias de manipulação foram desenvolvidos pelo Departamento de Design da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estão previstas versões específicas para medicamentos alopáticos e homeopáticos, adaptações para pessoas com baixo nível de visão e há a possibilidade de usar ilustrações ou fotografias para esclarecer pontos sobre a forma de uso. É obrigatório apresentar informações sobre uso e armazenagem do remédio, além de orientações específicas para grávidas e lactantes e o que fazer em caso de acidentes ou reações adversas.
Começa a valer neste domingo a lei estadual que obriga todas as farmácias que vendem remédios de manipulação ou homeopáticos a fornecer bula personalizada para os consumidores. As informações variam de acordo com o medicamento e devem ter o nome do paciente, mas existem alguns modelos que precisam ser seguidos.
Os estabelecimentos tiveram seis meses para se adaptar à nova regra. A bula deve auxiliar os usuários de medicamentos formulados a entender as orientações médicas de uso, além de explicar contraindicações e efeitos colaterais. O Paraná é o único estado brasileiro que exige a bula para manipulados, mas há um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional que pode ampliar a obrigatoriedade para todo o país.
Segundo Dagmar Terezinha Kessler, presidente da regional paranaense da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), o último semestre foi um período de adaptação dos sistemas das farmácias. A medida, apesar de trabalhosa, é vista como positiva. "A bula vem para valorizar o medicamento manipulado e é um complemento para as orientações de médicos e farmacêuticos", explica.
A bula tem outras vantagens. "No medicamento manipulado, o médico pode optar por colocar mais de um medicamento na mesma fórmula, evitando que o paciente tome mais de um remédio industrializado", ressalta Fábia Fornara, proprietária da farmácia de manipulação Harmonia Vital, em Curitiba.
Fiscalização
Segundo Paulo Santana, chefe da Vigilância Sanitária do Paraná, a checagem das bulas será incluída nas ações rotineiras de fiscalização. "Se o consumidor verificar que a farmácia não disponibiliza a bula, ele pode fazer a denúncia para a Vigilância Sanitária municipal ou entrar em contato com a Ouvidoria Estadual", diz. No entanto, ainda não está descartada a possibilidade de um trabalho conjunto entre as vigilâncias sanitárias do estado e de algumas cidades da região metropolitana nessas primeiras semanas em que a obrigatoriedade da bula está em vigor.
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