Londrina Quase metade das amostras de leite cru coletadas em 63 propriedades rurais de Londrina tem resíduos de carbamato princípio ativo de pesticidas e vermífugos animais e quase 15% tinha resíduos de organofosforados que compõem inseticidas e agrotóxicos aplicados contra pragas em lavouras. Em 18 propriedades (28,6%), ambos os compostos químicos foram encontrados no leite cru londrinense. Entre produtores regulares e irregulares estima-se que Londrina tenha 800 propriedades leiteiras.
A exemplo de análise semelhante sobre antibióticos, que apontou Londrina como a cidade com maior índice de contaminação pelo medicamento entre outras quatro regiões leiteiras do país, a pesquisa publicada na Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos foi desenvolvida pelo Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Lipoma) da UEL, apoiado pela Universidade de São Paulo (USP), Unesp de Botucatu, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Pernambuco (UFP). As coletas são de 2005 e 2006 e os resultados só foram divulgados agora, após a publicação de artigos científicos pelos pesquisadores.
Foram analisadas 262 propriedades em Viçosa, Pelotas, Botucatu e áreas em torno de Garanhuns (PE) local onde o leite apresentou a menor contaminação química. Dentre as amostras de leite de Londrina, apenas em oito propriedades (12,7%) havia a ausência total de pesticidas e agrotóxicos. Em Pelotas (RS), todas as 50 amostras pesquisadas tinham contaminação. Em Botucatu foram duas entre 49 (4,1%), em Viçosa apenas três entre 47 (6,4%) e em Garanhuns 28 (52,8%) das 53 amostras de leite cru estavam sem a presença de contaminantes químicos.
Os dados, porém, não revelam se a concentração de organofosforados e carbamatos está dentro dos padrões nacionais e internacionais admitidos.