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Liberdada de expressão

Leo Lins obtém vitória parcial em processo por piadas com “minorias vulneráveis”

A ação será enviada para a Justiça Federal a pedido da defesa de Leo Lins, que argumentou incompetência da Justiça de São Paulo para julgar o caso. (Foto: Reprodução/Instagram/Leo Lins)

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O humorista Leo Lins obteve uma vitória parcial em uma ação em que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) o acusa de “racismo e preconceito” por conta de piadas feitas em um show de Stand Up Comedy “contra minorias vulneráveis”. A ação será enviada para a Justiça Federal a pedido da defesa do humorista, que argumentou incompetência da Justiça de São Paulo para julgar o caso.

De acordo com a denúncia do MPSP, Leo Lins "praticou, induziu e incitou, por diversas vezes, em continuidade delitiva, a discriminação e o preconceito de cor, etnia, religião ou procedência nacional, em contexto e com intuito de descontração, diversão e recreação".

Na ação, o Ministério Público pede que o humorista seja punido com restrição de liberdade e pague multa por dano moral coletivo.

O pedido de Habeas Corpus da defesa usou como base o fato de que o vídeo do show do humorista, publicado no Youtube, tem mais de 1,3 milhão de visualizações em 17 países distintos, o que no entendimento dos advogados e do juiz relator do processo, Marcos Alexandre Zilli, da 16ª Câmara de Direito Criminal, justifica a federalização do caso.

Ao conversar com a Gazeta do Povo, nesta quarta-feira (10), o advogado do humorista, Carlos Eduardo Ramos, disse que o processo será distribuído para a Justiça Federal de São Paulo e passará por nova análise de um novo juiz, que poderá dar continuidade a acusação, bem como apontar eventuais nulidades no processo.

“Esse caso é muito importante para a liberdade de expressão no Brasil, que está ameaçada. Se você não falar o que determinada corrente [ideológica] deseja, você sofre cancelamento e assim por diante. Então, só o que a gente quer com tudo isso é que seja valorizada a previsão constitucional da liberdade de expressão”, disse o advogado.

Na petição inicial, a Defensoria requer a fixação de dano moral coletivo de R$ 2 milhões, a suspensão das redes sociais e até a prisão de Leo Lins, além de pedir que o humorista seja “impedido formalmente de fazer ou promover piadas de cunho preconceituoso” sob pena de multa de R$ 20 mil. O humorista aguarda a divulgação da sentença nos próximos meses.

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