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Umuarama – Quatro leões do Circo Di Roma, que está armado em Assis Chateaubriand, na Região Oeste do estado, foram levados ontem ao Hospital Veterinário da Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama, para serem submetidos a tratamento dentário. Mas somente dois puderam ser atendidos porque o segundo "paciente", a leoa Dalila, de 16 anos, em vez de problemas dentários, sofria com um tumor na boca e o procedimento para a remoção demorou mais de três horas. Os outros dois felinos serão atendidos nos próximos dias, no hospital ou na cidade onde o circo estiver.

O professor de Medicina de Animais Selvagens e Odontologia Veterinária na Unipar, José Ricardo Pachaly, comandou a equipe de alunos e professores que examinou e tratou os animais. Ele informou que a leoa Dalila sofria com o aumento de volume e sangramento na boca, além de reação inflamatória, o que aparentava ocorrer devido a problemas dentários. Quando o animal foi examinado, porém, constatou-se o coágulo. Segundo Pachaly, não é possível afirmar a causa do ferimento, mas há possibilidade de ele ter ocorrido nas brigas que são comuns entre os animais, apesar de permanecerem em jaulas separadas.

O primeiro leão atendido ontem foi Tornado, de 6 anos e 230 quilos. Ele recebeu tratamento de canal e restauração em dois dentes. Os animais foram anestesiados por meio de uma zarabatana e menos de dez minutos depois da aplicação do anestésico, já podiam ser carregados pelos alunos e professores.

Todos os passos do tratamento foram acompanhados pelo diretor do circo, Victor Robatine. Ele afirmou que se os animais não fossem atendidos no hospital de Umuarama, o circo teria de levá-los ao interior de São Paulo. Os três leões e uma leoa não participam de espetáculos no circo, mas vivem há seis anos presos nas jaulas adaptadas na carroceria de um caminhão. Ali eles ficam em exposição nos locais onde o circo se instala.

O dono do circo garantiu que já fez várias tentativas de doar os animais aos zoológicos, mas não encontrou nenhum interessado. Cada leão consome em média seis quilos de carne por dia. Robatine explicou que os leões não participam de espetáculos por causa das reclamações apresentadas pelas organizações não-governamentais. "Para evitar polêmicas, decidimos suspender as atrações com esses bichos, mas eles acabaram ficando mais agressivos após passarem a viver enjaulados 24 horas por dia", disse. Os animais são registrados no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e todos os passos deles precisam ser informados ao órgão.

Número

6 quilos de carne são servidos, diariamente, para cada um dos quatro leões do circo.

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