Faixa colocada por amigos e parentes próximas ao local onde Tayná foi encontrada morta| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Cronologia

Relembre os principais fatos que marcaram as investigações do caso:

25 jun – Tayná desaparece quando voltava da casa de uma amiga, nas proximidades de um parque de diversões.

27 jun ­– A polícia prende três funcionários do parque, suspeitos de terem sequestrado a jovem.

28 jun – O corpo de Tayná é encontrado. Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, diz que três dos quatro suspeitos de cometer o crime presos confessaram o estupro seguido de morte por estrangulamento. Um deles não teria participado diretamente do crime. O parque de diversões é depredado e incendiado por 200 pessoas revoltadas com o crime.

2 jul – A perita Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, afirma que a adolescente pode não ter sido violentada, contrariando a tese inicial das investigações. Segundo ela, não foram encontrados indícios de abuso sexual.

5 jul – Polícia Civil finaliza o inquérito sobre a morte da adolescente antes da conclusão dos laudos periciais e de necropsia, sustenta o estupro seguido de morte e aponta os quatro presos como autores.

9 jul – Resultado de exame de DNA indica que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados. Advogado dos quatro acusados afirma que as confissões foram obtidas sob tortura. Os suspeitos teriam sido forçados a admitir a autoria do crime mediante uso de pau de arara e empalamento;

10 jul – Secretaria de Segurança Pública muda mais uma vez o delegado responsável pelas investigações do caso. Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB-PR) investiga as denúncias de tortura e ouve os quatro detidos, que confirmam a versão de que foram torturados. Exames de corpo de delito comprovam que eles foram agredidos.

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A Casa de Custódia de Curitiba confirmou que os quatro suspeitos presos pelo assassinato da jovem Tayná da Silva, 14 anos, chegaram à unidade com lesões. A informação reforça a tese do advogado de defesa do quarteto, que anteontem havia informado que seus clientes confessaram o crime sob tortura.

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De acordo com Edwaldo Willis de Carvalho, diretor da unidade prisional onde os homens estão detidos, eles chegaram ao local no dia 4, após serem transferidos da Casa de Custódia de Piraquara – onde teriam ficado menos de 24 horas. Naquele mesmo dia, um exame de corpo delito foi realizado e apontou lesões leves nos quatro suspeitos.

Na manhã de ontem, Adriano Batista, 23 anos, foi transferido para o Complexo Médico Penal por recomendação médica. Após a transferência, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB-PR), que esteve na Casa de Custódia de Curitiba, informou que o suspeito apresentava sangramento na região anal.

A confirmação das lesões vai ao encontro das declarações do advogado Roberto Rolim de Moura Júnior. "Eles me disseram que sofreram agressões em pau de arara e até empalamento para que fossem forçados a admitir a culpa que não têm", disse, na última terça-feira.

Moura Júnior afirmou ter ouvido dos suspeitos que as torturas ocorreram nas delegacias do Alto Maracanã e de Araucária, e no Centro de Operações Especiais – unidades por onde eles passaram antes da transferência para a unidade de Curitiba.

Contradições

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A denúncia de tortura é apenas mais um elemento em uma investigação que tem apresentado contradições desde o seu início. Investigações iniciais da polícia apontaram para a participação dos quatro suspeitos, que teriam confessado ter estuprado e matado a garota. Um laudo da Polícia Científica, confirmado pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), mostrou que o sêmen encontrado nas roupas da jovem era incompatível com o material genético dos detidos.

Com tantas contradições, a Sesp divulgou ontem que o delegado Guilherme Rangel, titular do núcleo da região metropolitana da Denarc, será o novo responsável pelo caso. Ele contará com acompanhamento de Rafael Viana, assessor civil da pasta. Esse é o terceiro delegado designado para investigar o crime.