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Seis meses atrás, a promotora da Infância e da Juventude, Édina Maria Silva de Paula, tinha uma grande preocupação: quantificar o número de crianças na fila de espera por uma vaga em creches da cidade. Hoje ela sabe, são 1.026. O último levantamento apontava a necessidade de 12 mil novas vagas, mas a promotora sabia que a fila de espera havia diminuído nos últimos seis anos em razão de uma liminar concedida em ação civil pública movida em 2000 pela própria promotora, determinando a criação de 500 vagas em um semestre.

No final do ano passado, o Conselho Tutelar da zona norte contabilizava cerca de mil crianças inscritas na fila de espera das creches. Em abril, um relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Educação identificou 3.824 crianças aguardando por uma vaga. "Os números não batiam e eu resolvi ir atrás do que estava acontecendo", contou Édina de Paula.

Ela buscou ajuda na iniciativa privada e, depois de um levantamento detalhado, descobriu que eram 1.026 as crianças inscritas nas listas de espera das creches. A diferença se devia ao fato de que, no desespero de conseguir uma vaga, muitas mães incluíam o nome de seus filhos em listas de espera de várias creches.

O levantamento foi coordenado pela gerente de Responsabilidade Social da Big Frango, Sandra Bampi, e contou com a parceria do Núcleo de Estudos e Atendimento da Infância e Juventude da Universidade Estadual de Londrina.

Logo no início, constatou-se que na maioria dos 66 centros de educação infantil não governamentais de Londrina, um dos problemas mais graves e urgentes era a escassez alimentar. Para amenizar a fome das crianças atendidas nesses locais, a Big Frango propôs-se a doar carne de frango a essas entidades, beneficiando 6.065 crianças.

Na seqüência, o levantamento do número de crianças à espera de uma vaga nos 66 centros de educação infantil revelou uma fila composta por 1.026 crianças. Segundo o presidente da Big Frango, Evaldo Ulinski, às vezes basta um olhar mais profundo a uma situação que parece fora de controle para descobrir que a solução é bem mais simples do que parece e para ser colocada em prática é preciso apenas um pouco de boa vontade e organização. E é aí que a experiência em gestão empresarial pode ser de grande valia.

"Você fala em 12 mil vagas, todo mundo entra em desespero e ninguém vai fazer ação nenhuma porque precisaria de 100 creches. Politicamente, fica difícil administrar. Mas se pegarmos 1.026 crianças e dividirmos entre as creches governamentais e não governamentais, vai dar 13, 14 crianças por creche. Muitas vezes, essas entidades têm estrutura, mas faltam uma professora, três paredes e um telhado. Então, você usa a estrutura já existente nessas creches e atende a todos. É onde entra o empresário, que trabalha com números, estatísticas, economia de escala", declarou Ulinski.

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