O libanês naturalizado brasileiro, Hamzi Ahmad Barakat, 50 anos, preso na semana passada, em Curitiba, por praticar golpes na indústria têxtil, é suspeito de fazer parte do grupo político e paramilitar Hezbollah, considerado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista. A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times, na segunda-feira (20).

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O delegado responsável pelo caso, Cassiano Aufiero, foi procurado pelo jornal norte-americano, que forneceu documentos dos departamentos de Justiça e do Tesouro dos Estados Unidos, com elementos que supostamente ligam o suspeito ao Hezbollah. "Esses relatórios diziam que ele mandava dinheiro para esse grupo e também citavam o nome do irmão dele", relatou o delegado.

A autenticidade dos documentos foi comprovada, segundo a Polícia Civil do Paraná, e Barakat foi ouvido novamente pelos investigadores, mas negou envolvimento com o grupo político. "Ele confirmou alguns fatos, mas negou outros. Disse que teve sim uma loja no Paraguai, mas que nunca enviou dinheiro da loja para o Hezbollah", disse Aufiero. A loja no país vizinho foi fechada no ano 2000, segundo relato do suspeito à polícia.

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O delegado também contou que assim que o homem foi preso surgiu o boato sobre o envolvimento dele com a organização. "Fizemos uma investigação preliminar a esse respeito, mas não existe nenhuma evidência que ligue Barakat ao grupo até o momento. Vamos continuar a investigar e caso haja algum fato concreto vamos repassar para a Polícia Federal", afirmou. O delegado ainda reforça que não foi procurado pela polícia norte-americana, e, sim, somente pela imprensa daquele país.

O irmão de Barakat também foi naturalizado e mora atualmente em Foz do Iguaçu. Ele é investigado pelo envolvimento nos golpes do ramo do vestuário, mas, por enquanto, não há nada que o ligue a nenhum dos crimes, segundo o delegado.

O libanês foi detido na última quinta-feira (16), pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce). Segundo a Polícia Civil, indústrias do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram lesadas pelos golpes. O prejuízo às vítimas foi de aproximadamente R$ 10 milhões às vítimas.

O homem criava empresas em nome de laranjas e compravam roupas e calçados das indústrias, mas não pagava. A mercadoria era revendida a preços baixos. Os golpes levaram pelo menos 18 empresas à falência, de acordo com o Nurce.

No momento da prisão, a polícia informou que Barakat também era suspeito de aliciar libaneses recém-chegados ao Brasil para que as empresas fantasmas fossem abertas em nome deles.

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