Brasília – No que depender do regimento interno do Senado e caso mude de idéia sobre a permanência no cargo, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), poderá escolher entre diversos tipos de afastamento para se defender das denúncias de que teve contas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Há opções para todos os gostos, desde as brandas às mais extremas.

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Fazem parte do primeiro grupo as licenças temporárias, em que o parlamentar pode ficar afastado de suas funções por até 120 dias No caso de Renan, ele poderá pedir a licença da presidência ou do cargo de senador.

No outro grupo, estão as renúncias, seja ao comando da Mesa Diretora ou ao próprio mandato. Nesse caso, a medida é tomada geralmente quando há risco de cassação dos direitos políticos pelo Legislativo.

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Por enquanto, não é esse o cenário envolvendo o alagoano. Renan conhece bem todo esse leque de opções. Nem tanto por ocupar a presidência do Senado, mas porque acompanhou de perto o episódio da renúncia de Jáder Barbalho (PMDB-PA), então presidente do Senado, em 2001.

Na época, o senador era líder do PMDB na Casa e esteve à frente das articulações de todo o processo, ao lado do então líder do PSDB, Sérgio Machado (CE). Foram quase oito meses de crise entre o início das denúncias e a renúncia. Jader era acusado de desvio de verbas públicas do Banco do Estado do Pará (Banpará), durante o período em que governou o estado. Se Renan renunciar, o regimento do Senado determina a realização de eleição para a escolha do novo presidente.

Contudo, o senador alagoano reafirmou ontem que não deixará o cargo. "Vou falar com mais ênfase ainda. Isso não faz parte da minha personalidade", afirmou.