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A Polícia Federal (PF) iniciou na sexta-feira (1) a retirada forçada dos moradores não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana. O principal incidente ocorreu na Fazenda Providência, no município de Normandia. O produtor de arroz e líder dos fazendeiros Paulo César Quartiero se recusou a acatar a determinação verbal do delegado, feita às 10h30, para que deixasse as terras. Exigiu ordem escrita da Justiça, mesmo após o representante federal enfatizar que não era necessária, uma vez que se encontrava em área indígena, conforme decreto presidencial assinado em 2005 e confirmado em março pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Não aceito ser botado pra correr no grito, como um cachorro", insistiu o arrozeiro. Sozinho e cercado por trinta homens da PF e da Força de Segurança Nacional, além de agentes da Fundação Nacional Índio (Funai), o fazendeiro manteve o impasse durante sete horas. Só aceitou sair depois que o desembargador Jirair Megarian, encarregado pelo Supremo de coordenar a retirada dos não-índios, foi à fazenda, às 17h30, a bordo de um helicóptero da Força Aérea.

Megarian também tentou convencer o fazendeiro a sair. Mas, diante da insistência por uma ordem escrita e preocupado em evitar qualquer tipo de confronto, o desembargador redigiu ali mesmo, à mão, sobre os joelhos, um "mandado de desocupação", para ser cumprido "de imediato". Foi só então que o fazendeiro saiu.

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