Um dos líderes de uma facção criminosa que age dentro dos presídios de São Paulo foi transferido nesta terça-feira para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). A transferência de Paulo Cesar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina, foi a primeira conseguida pelo Ministério Público, após a maior investigação da história feita sobre a facção criminosa, que mostrou que os líderes continuam comandando o crime organizado de dentro das prisões.
Ao todo, os promotores pediram que 35 presos, identificados como lideranças do grupo, fossem levados para a Penitenciária de Presidente Bernardes, a 589 quilômetros da capital paulista, conhecida como uma das mais rigorosas do país. O objetivo é impedir a comunicação entre os líderes da facção criminosa.
Neblina deixou a penitenciária de Presidente Venceslau na tarde de terça-feira. A informação foi confirmada pelo governador Geraldo Alckmin na manhã desta quarta-feira durante entrevista. Conforme o RDD, Neblina ficará 22 horas por dia encarcerado em celas individuais.
O Ministério Público aguarda a Justiça analisar o pedido de transferência dos demais presos.
Durante a investigação feita pelo Ministério Público, foram registradas conversas telefônicas em que os presos ameaçavam promover uma onda de violência no estado caso a transferência de líderes para o RDD fossem consumadas. O governo, na época, disse estar preparado para enfrentar qualquer ação nesse sentido.
