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O líder dos Guarani Kaiowá, cacique Nísio Gomes, foi morto na manhã desta sexta-feira (18) no município de Amambaí, em Mato Grosso do Sul. Cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram o acampamento Tekoha Guaiviry e atiraram no cacique. Depois de morto, o corpo do líder indígena foi levado pelos pistoleiros.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), representantes regionais da Funai e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) estão no acampamento prestando assistência aos indígenas. Além disso, agentes das polícias Federal e Civil foram deslocados para a área do conflito e abriram inquérito policial.

A área ocupada pelos Guarani Kaiowá faz parte da região denominada Terra Indígena Amambaipeguá. O processo de demarcação da terra começou em junho de 2008 e, desde então, foi interrompido diversas vezes por decisões judiciais, em ações movidas por produtores rurais da região e forças políticas municipais e estaduais.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos oito anos, cerca de 200 índios foram mortos em conflitos de terra. A assessoria do conselho informou que os indígenas ocuparam o trecho da terra que está em processo de demarcação no início deste mês.

O Ministério Público Federal (MPF) em Ponta Porã pediu a instauração de inquérito para investigar o caso. Em nota, o MPF informou que a equipe da Polícia Federal, acompanhada de representantes do Ministério Público e da Funai, confirmou o desaparecimento do corpo do cacique. Dos cerca de 60 índios que estavam no acampamento, somente dez foram contatados pelos investigadores, os demais estão escondidos na mata.

A perícia policial confirmou presença de sangue humano no local onde o cacique foi morto. Também ficou comprovado que o corpo do cacique foi arrastado pelos pistoleiros. Um dos filhos de Nísio Gomes está no Instituto Médico-Legal de Ponta Porã, fazendo exames de corpo de delito.

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