Rio Um dia após o início da onda de ataques de criminosos ligados a três facções até então rivais, o governo do Rio de Janeiro aposta no isolamento de seis líderes e na transferência de outros 55 presos para neutralizar o movimento, mas ainda diverge publicamente sobre a eventual repetição dos atentados. O secretário da Segurança Pública, Roberto Precioso Júnior, admitiu que é possível haver novos ataques, mas o responsável pela Secretaria da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, afirmou estar "convencido" de que "não vai acontecer mais nada".
Apesar de negar que haja divergências com Precioso, Santos classificou de "inocência olímpica" acreditar na hipótese, defendida quinta-feira pelo secretário da Segurança, de os ataques terem sido motivados por causa da mudança de governo, com o objetivo de intimidar a nova administração e obter regalias. "A minha posição é a de que não há divergência entre os secretários porque estou baseado em documento produzido pela subsecretaria de Inteligência do próprio Precioso, que previa a união de facções e o quadro para o dia 28", declarou. Segundo ele, os atentados foram uma resposta de traficantes ao avanço de milícias no controle de favelas.
"O pessoal vai insistir", disse Precioso, relacionando os ataques no Rio com os praticados pelo PCC em São Paulo. Para ele o objetivo é o mesmo: "as facções querem repelir o endurecimento do regime. Aqui (no Rio), também foi uma pressão contra o governo".
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