São Paulo Violentas rebeliões organizadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) desde 1997 levaram o governo paulista a adotar a política de transferência dos líderes da facção criminosa de São Paulo para presídios em outros estados. A estratégia das autoridades durou de 1998 a 2002. O objetivo de isolar os criminosos, no entanto, surtiu efeito contrário: o PCC se expandiu em várias "filiais".
O delegado da Polícia Federal Orlando Rincon, um dos responsáveis pelas investigações da CPI do Tráfico de Armas, considera que a transferência de presos do PCC para outros estados foi uma experiência negativa. "Estava formando uma escola do crime. Tanto que não há mais transferências. A solução são os presídios federais, onde os líderes ficam isolados", diz.
O policial ressalta que, mesmo com o isolamento dos presos mais perigosos, será difícil combater os núcleos estaduais do PCC. "Em alguns estados eles estão consolidados. Será preciso identificar e prender os líderes locais. Eliminar a ação do PCC nos estados será um trabalho de muito tempo", diz o delegado. Entre 1998 e 2002, os chefes do PCC passaram por pelo menos três estados cada um.
No depoimento secreto feito à CPI, no dia 10, o diretor do Departamento Estadual de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e o delegado Ruy Ferraz admitiram que os remanejamentos foram um erro. Depois de revelar a propagação do PCC, Ferraz reconheceu que o cenário é desfavorável para o Estado. "Está muito difícil desmontar essa estrutura." Este foi o depoimento que deflagrou a onda de rebeliões das últimas semanas: apesar de ter sido feito a portas fechadas, a gravação foi comprada por advogados do PCC e acabou chegando às mãos dos líderes da facção.
Coligação
Formado depois da transferência de líderes do PCC a três presídios paranaenses, em 1998, o Primeiro Comando do Paraná (PCP) é igual à facção original em, no mínimo, dois pontos: a propalada defesa dos direitos dos presos e o cumprimento de normas resumidas em um estatuto. O estatuto do PCP, que veio a público em 2001, falava de uma "coligação" com o PCC.
Para a presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Paraná, Sandra Márcia Duarte, que está há 22 anos no sistema, o PCP está firmado como uma "forma de defesa local" diante do poder da facção paulista que lhe deu origem. Sandra crê não haver subordinação ao grupo paulista. Com a chegada dos líderes do PCC José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roris Silva, o Cesinha, ao Paraná, em março de 1998, as rebeliões nos presídios paranaenses intensificaram-se, assim como as mortes entre os presos rivais. Em novembro de 2001 a dupla foi "deposta" do comando do PCC, que foi assumido por Marcos Camacho, o Marcola. O governo paranaense não reconhece a existência do PCP, embora o nome da facção tenha sido exibido em uma faixa, durante a rebelião em Foz do Iguaçu, no dia 15. Procurado, o coordenador do Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, coronel Honório Bortolini, não comentou o assunto.
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