São Paulo Um telefonema feito de dentro do presídio de Presidente Bernardes, interior de São Paulo, pôs fim a rebeliões lideradas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em penitenciárias do Estado, disse ontem o líder da organização, Marcos Camacho, o Marcola, em depoimento a deputados da CPI do Tráfico de Armas.
Dois dias após o início dos motins, no dia 14 de maio, a advogada Iracema Vasciaveo esteve em Presidente Bernardes acompanhada por representantes do governo do Estado e da polícia.
O deputado Neucimar Fraga (PL-ES), que acompanhou o depoimento, disse que Iracema entrou no presídio com dois celulares, certificou-se de que Marcola estava bem e, depois, telefonou para um detento que estava dentro de um dos presídios rebelados. "Os presos (rebelados) queriam saber se ele (Marcola) estava bem. A advogada (Iracema) fez a ligação, falou com outro preso assegurando que ele estava bem", afirmou. "Depois disso, as rebeliões acabaram."
Outro ponto importante do depoimento, segundo Fraga, foi que Marcola pela primeira vez admitiu exercer posição de liderança no PCC, organização criminosa que coordenou, além das rebeliões nos presídios, a onda de ataques que atingiu o São Paulo em maio. Ele jamais havia assumido essa posição. "Ele confessou que ajudou a fundar (o PCC), que divide (designa) lideranças e que é consultado pelos presos", disse o deputado. No entanto, Marcola negou que tenha ordenado os ataques ao estado de São Paulo em maio.
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