Ligações feitas do telefone celular de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, mostram que ele tentou se entregar 12 vezes para a polícia após ter matado o cartunista Glauco e o filho dele, Raoni.
A polícia já sabia de três ligações para a central da Polícia Militar, feitas logo depois do crime: dia 12 de março, sexta-feira à 0h25, 0h34 e 0h36. Mas a quebra do sigilo telefônico mostrou que no dia seguinte, dia 13, ele fez mais nove tentativas de falar com a PM: a sequência de telefonemas começou às 17h13 da tarde e terminou às 19h03.
Nesses horários, segundo a pesquisa feita nas antenas de telefonia celular, Cadu estava escondido na mata, na região da chácara da família de Glauco.
A polícia diz que encontrou uma nova contradição no depoimento do estudante Felipe de Oliveira Iasi. Ele disse que deixou a chácara durante a discussão entre Glauco e Cadu, mas o rastreador do carro dele mostrou que o motor foi ligado à 0h23. Nesse horário, segundo a investigação, Glauco e o filho dele, Raoni já tinham sido baleados.
Felipe Iasi foi indiciado, na semana passada por participação no assassinato. A polícia também está analisando os computadores de Felipe e de Carlos Eduardo. Já descobriu, por exemplo, que páginas de troca de mensagens e cadastro em paginas de relacionamento foram apagadas, antes da apreensão dos equipamentos.
Confira as ligações de Cadu para PM nos dias 12 e 13 de março:
Dia 12 (sexta-feira)
00h25
00h34
00h36
Dia 13 (sábado)
17h13
17h14
18h13
18h14
18h27
18h48
18h56
18h59
19h03
Ligações da família para Cadu
Dia 14 (domingo)
12h06
13h09
13h58
A Polícia Militar informou que recebeu três ligações no dia do crime e cinco no dia seguinte de carlos eduardo nunes. Nas três primeiras, segundo a polícia, ele dizia coisas desconexas e foi orientado a procurar um Distrito Policial. Nas ligações seguintes, ainda de acordo com a PM, em três delas ele novamente não passou informações relevantes e nas outras duas nem chegou a concluir a ligação.