Na quinta-feira (6), entre os assuntos do momento do Twitter, figuraram as hashtags “#SomosTodosFiuza” e "#SomosTodosBarbara”, em defesa de Guilherme Fiuza, premiado jornalista que integra a equipe de colunistas da Gazeta do Povo e da Jovem Pan, e da influenciadora digital Barbara Destefani, do canal Te Atualizei, que tem mais de 1,5 milhão de inscritos no YouTube. Os dois sofreram linchamento virtual de perfis de esquerda que acusam de “fake news” qualquer opinião divergente do consenso politicamente correto sobre a pandemia.
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O linchamento foi orquestrado por influenciadores esquerdistas e por um perfil de militância digital de esquerda que faz campanhas pelo boicote e a censura de pessoas e empresas que não correspondam à sua cartilha ideológica.
Os militantes exigiram que o Twitter se posicionasse sobre suas políticas contra a disseminação de informações falsas na pandemia e, na quinta, subiram as hashtags "#TwitterApoiaFakeNews" e "#TwitterOmisso" aos assuntos do momento no Twitter. Além de Fiuza e Barbara, eles também atacaram a jornalista Paula Schmitt, do Poder 360.
O gatilho da polêmica foi a atribuição a Barbara de um selo virtual azul que indica que uma conta foi verificada pela rede social e realmente pertence à pessoa.
O selo serve principalmente para que celebridades não sejam confundidas com contas falsas tentando imitá-las. Alguns usuários que recebem o selo comemoram isso em suas contas, como se tivessem recebido o convite para um espaço VIP.
O Twitter conferiu o selo à influenciadora na semana passada. Alguns usuários que aderem ao consenso politicamente correto sobre a pandemia começaram a questionar o Twitter sobre essa decisão e, depois, acusaram a plataforma de omissão em outros casos, como os de Fiuza e Paula Schmitt, promovendo um linchamento virtual a partir daí.
Barbara tem uma teoria sobre as motivações do linchamento: “Eles realmente acreditavam que esse selo era uma marca do clubinho. A impressão que eu tenho é que eles sentiram que essa bolha foi rompida. ‘Como assim o Twitter dar o nosso selinho de amizade para essa bolsonarista?’”, diz. “Acho que não se deram conta do tamanho do ridículo. ‘Vamos xingar muito no Twitter porque ele deu um selinho azul para outra pessoa.’ Isso é ridículo só de falar em voz alta.”
Paralelamente, o procurador federal Yuri Corrêa da Luz pediu explicações ao Twitter, na quinta, sobre os critérios que a rede social usa para conferir o selo azul. No mesmo documento, solicitou que a empresa esclarecesse as medidas que toma para o combate à desinformação.
“Parece que está faltando bandido para investigar, crime para apurar, roupa para lavar, comida para fazer, um filho para cuidar… Eu tenho certeza de que, se você perguntar para os brasileiros que pagam o salário de um procurador, você nunca vai ouvir: ‘Eu apoio o Ministério Público, eu pago o salário deles com gosto para eles poderem perguntar para o Twitter por que é que eles dão selinho azul para quem pensa diferente’. Essa nunca será uma atribuição do Ministério Público Federal”, comenta Barbara.
Twitter se nega a atender a pedidos de autores do linchamento virtual
O Twitter publicou, na própria quinta (6), uma série de mensagens respondendo aos apelos dos usuários que clamavam por censura. A rede social deixou claro que não vai tirar o selo de conta verificada de Barbara.
“Temos acompanhado as discussões sobre nossa atuação para conter a desinformação no Twitter, especialmente relacionada à Covid-19”, disse a empresa. “Nossa abordagem à desinformação vai além de manter ou retirar conteúdos e contas do ar. O Twitter tem o desafio de não arbitrar a verdade e dar às pessoas que usam o serviço o poder de expor, contrapor e discutir perspectivas. Isso é servir à conversa pública.”
O Twitter também recordou que “o selo azul tem como objetivo confirmar a autenticidade de perfis de alto alcance e engajamento”. “Todas as contas, incluindo as verificadas, devem seguir as Regras do Twitter. No caso de violação das regras por um perfil verificado, as medidas cabíveis poderão incluir a remoção do selo”, acrescentou a rede.
Barbara diz que o motivo do clamor por censura não é o tipo de informação que ela veicula, mas sim a intolerância a suas opiniões. “O crime é pensar diferente”, diz ela. “O problema não é o que eu falo, mas para quantas pessoas eu falo. Graças a Deus, as pessoas me dão o privilégio de eu poder representar elas no que eu falo. Represento muitas pessoas. As pessoas me autorizam a ser voz delas. Quando eles percebem isso, que eu dou voz para muitas pessoas, bate um desespero, porque a vontade do progressista em 2022 é calar o pensamento diferente, quem não reza a cartilha. Me calar é importante porque, quando me calarem, calam um monte de gente que está junto.”
Para ela, a reação à campanha que tentou censurá-la é um recado da população contra os linchadores virtuais. “Eu me senti protegida. Isso é uma proteção, o que as pessoas nos oferecem através de manifestações de carinho e apoio. Eu nem tenho palavras para dizer o quanto estou grata.”
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