Primeira fase da Linha Verde: falta de viadutos e trincheiras, muito criticada, será amenizada com algumas obras complementares no trecho até o Atuba| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Trincheira independe do empréstimo

A trincheira da Rua Gustavo Rattman, no bairro Bacacheri, deve começar a ser implementada no início do ano que vem, independentemente do financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Segundo o secretário municipal do Planejamento, Sérgio Rizzardo, a prefeitura se organizou para que os R$ 30 milhões necessários à realização da obra fossem incluídos na Lei de Orçamento Anual de 2009. Ou seja, são recursos próprios do município, e não de empréstimos. "Essa parte (da Gustavo Rattman) não vai depender do financiamento do BID. Pretendemos ir adiantando esse trecho para ganhar tempo", explica Rizzardo.

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Passo a passo

Veja quais são as fases para conseguir o financiamento do BID. A prefeitura acredita que o trâmite pode ser mais rápido do que o esperado, porque o banco já autorizou o planejamento global da obra.

1 - Protocola-se uma carta-consulta na Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain) do governo federal.

2 - A Seain analisa as contas do município.

3 - O BID dá aval e manda missões de análise para Curitiba.

4 - O processo volta ao governo federal para ser aprovado, já que a União é avalista dos municípios em financiamentos internacionais.

5 – Dos U$ 137 milhões, a prefeitura arca com 50% desse valor.

Veja onde devem ser construídas as trincheiras e os viadutos

A prefeitura de Curitiba protocolou, na semana passada, uma carta-consulta na Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain), do Governo Federal, para receber o financiamento de US$ 137 milhões para a construção do trecho norte da Linha Verde. Além das obras, desta vez no trecho entre o Jardim Botânico ao Atuba, o planejamento de gastos prevê também o alargamento de dois viadutos e a construção de cinco trincheiras.

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A construção das trincheiras será facilitada pelas irregularidades do terreno no novo trecho. "O trecho sul é praticamente inteiro plano, o que dificulta a realização dessas obras. Na parte norte, porém, segundo estudo da Universidade Federal do Paraná, existem desníveis que facilitam a execução das obras", diz o secretário municipal do planejamento, Sérgio Rizzardo.

A professora de Planejamento Urbano e Regional da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Zulma Schussel afirma que as obras complementares – viadutos e trincheiras – são importantes para melhorar a mobilidade do trânsito. "No trecho inicial, consegue-se manter a velocidade até se aproximar dos semáforos. Essas obras transformam efetivamente a Linha Verde em um eixo metropolitano, que é justamente o que está faltando na primeira parte", diz.

Principalmente com as novas trincheiras, a professora acredita que haverá integração. "São vias estruturais que estão sendo construídas com o objetivo de realizar uma integração com o resto da cidade, que é o que justamente sempre se questionou com a existência da antiga BR e na primeira fase da Linha Verde", afirma.

Professor de Gestão Urbana da PUCPR, Fábio Duarte argumenta que as obras vão dar um novo fôlego para a Linha Verde, porque ainda não se conhece o real movimento da via. "Isso é fundamental. O tráfego da Linha Verde ainda é o mesmo da antiga BR. Muito provavelmente, com o passar do tempo, ele será maior porque, além do movimento da rodovia, o pessoal que anda dentro da cidade se sentirá interessado em utilizá-la", diz.

Financiamento

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De acordo com Rizzardo, a liberação da verba pode ser menos burocrática do que o normal, em razão de o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já ter autorizado o projeto global da Linha Verde num primeiro momento. "O projeto total já recebeu o estudo de viabilidade do BID. Por isso, entendo que não há a necessidade de uma negociação intensa para o financiamento", diz. "E, se tudo correr conforme é esperado, podemos realizar as primeiras licitações para a segunda fase já no primeiro trimestre de 2009", completa.

O secretário explica que a variação cambial pode beneficiar a prefeitura desta vez, ao contrário do que ocorreu na primeira fase. "No trecho sul, a desvalorização diminuiu o nosso poder de execução. Dessa vez, no entanto, com o dólar está subindo, podemos ter uma verba maior para a execução do projeto", explica. Rizzardo garante que, em caso de variação positiva, o acréscimo de dinheiro será destinado exclusivamente às obras.