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Gestão urbana

Linha Verde e drenagem terão recursos

Alagamentos no Parque Barigui, em Curitiba, são cada vez mais comuns: desassoreamento pode evitar novas enchentes | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Alagamentos no Parque Barigui, em Curitiba, são cada vez mais comuns: desassoreamento pode evitar novas enchentes (Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo)

Curitiba garantiu R$ 95,7 milhões para obras, por meio de investimento do governo federal e de financiamentos internacionais. Ontem, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou o empréstimo de 36,1 milhões de euros (R$ 86 milhões) da Agên­cia Francesa de Desenvolvimento (AFD) para a conclusão da Linha Verde. Na mesma tarde, o Minis­tério da Integra­ção liberou R$ 9,7 milhões a fundo perdido para desassoreamento de rios e lagos dos parques Barigui, Tingui e São Lourenço, a fim de evitar a repetição das enchentes de fevereiro deste ano.

A Linha Verde Norte será realizada em quatro etapas distintas (veja quadro acima). E a expectativa da administração municipal é iniciar a intervenção do Jardim Botânico à Avenida Victor Ferreira do Amaral até o fim do mês – cerca de 2,3 quilômetros –, já que a li­ci­­tação para a contratação da empresa responsável foi concluída. "Ainda faltam detalhes do contrato para serem redigidos e a assinatura conjunta da prefeitura, do governo federal e da AFD", explica o prefeito Luciano Ducci.

O dinheiro ainda é insuficiente para finalizar o trecho total de 8 quilômetros, estimado em R$ 182 milhões. Contudo, a prefeitura deve realizar novos empréstimos até a conclusão da obra. "A Linha Verde vai ser a grande avenida de Curitiba. O principal eixo de desenvolvimento", afirma o prefeito. Para atingir esse objetivo, o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Orlando Ribeiro, diz que é preciso favorecer o crescimento de uma mistura entre serviços e residências. "Em razão do interesse em se ocupar a área, a lei não é específica", diz.

Na avaliação do engenheiro civil Luiz Cláudio Mehl, conselheiro do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), o desafio é tornar o fluxo de veículos mais veloz do que na fase Sul. "A topografia facilita a execução de obras de arte no Norte", diz.

Parques

Como contrapartida para a Linha Verde Norte, a prefeitura vai criar dois novos parques na bacia do Rio Barigui: na Vila Rigoni (Fazen­dinha), com 118 mil m², e na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), com 87 mil m². Entretanto, existe urgência em desassorear os rios e lagos dos parques Barigui, Tingui e São Lourenço, com a verba do Ministério da Integração. Ducci admite que as fortes chuvas de fevereiro agilizaram a busca por recursos. "Como [a chuva] foi intensa, conseguimos sensibilizar o ministério", diz. Não deve ser possível, porém, concluir as obras até o verão, já que as concorrências públicas devem durar pelo menos 3 meses, além do tempo de execução da obra, de 3 a 7 meses.

O ministro da Integração Nacio­­nal, Fernando Bezerra Coelho, explicou que a autorização se deve a uma orientação da presidente Dilma Rouseff. "Estamos investindo mais em prevenção e menos em reparação e restauração", afirma o ministro. O professor de Enge­nharia Ambiental e do mestrado e doutorado em Gestão Urbana da PUCPR Carlos Mello Garcias considera as obras paliativas. "Isso é solução pontual", diz.

Por outro lado, o professor do departamento de Hidráulicas e Saneamento da UFPR Miguel Mansur Aisse considera a iniciativa positiva. "A drenagem convencional, praticada até hoje, tinha o objetivo de tirar a água das ruas para os rios o mais rápido possível. Só que os rios não aguentam a vazão e inundam. O conceito praticado nessa ação é retardar o escoamento, retendo mais a água."

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