Enquanto aguarda recursos para sua recauchutagem total, a Linha Verde Norte ainda enfrenta problemas como buracos, ondulações na pista, interdições e enormes congestionamentos. O trecho, que vai da Avenida Victor Ferreira do Amaral ao trevo do Atuba, tem dois lotes de reformas ainda não licitados e aguarda a viabilização de verbas cujas fontes ainda são incertas.
Essa situação do trecho norte difere, e muito, da verificada no sul. Lá, apesar de o trabalho na região da Rua Isaac Ferreira da Cruz ter sido interrompido por falta de pagamento e retomado apenas neste mês, o maior trecho, que vai do Pinheirinho ao Jardim Botânico, já foi concluído ao custo de R$ 160,9 milhões.
Enquanto aguardam as melhorias prometidas pela prefeitura, moradores de regiões como o Bairro Alto e o Atuba enfrentam transtornos diários, cujo final parece distante. Isso porque ainda não foram viabilizados os R$ 154,6 milhões necessários para realizar as intervenções em dois lotes: do Conjunto Solar ao trevo do Atuba, orçado em R$ 103,5 milhões, e da Victor Ferreira do Amaral, que custará R$ 51,1 milhões.
Cepacs duvidosos
Uma das possibilidades de financiamento ainda não decolou como o esperado. No ano passado, a prefeitura arrecadou apenas R$ 28 milhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com o primeiro leilão dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Esses títulos dão o direito a construir verticalmente na Linha Verde, além da Lei de Zoneamento, e por meio deles a prefeitura esperava bancar 80% das obras da região.
Segundo a prefeitura, para aumentar essa quantia, um novo leilão, dessa vez no valor de R$ 500 milhões, deverá ser lançado neste segundo semestre.
Outra opção está nas mãos do Ministério das Cidades. Em julho, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) entregou novo projeto para a Linha Verde orçado em R$ 321 milhões (que inclui dois lotes do trecho norte e um do sul). O plano faz parte de um pacote com outros seis projetos de mobilidade urbana, que somam R$ 6,8 bilhões, e concorrem à parte dos R$ 50 bilhões prometidos em junho pela presidente Dilma Rousseff.
Por enquanto, do lado conhecido como "primo pobre" da Linha Verde, apenas a intervenção entre o Jardim Botânico e a Avenida Victor Ferreira do Amaral está perto de ser concluída. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, o trecho orçado em R$ 63,3 milhões será concluído até dezembro com mais duas trincheiras, uma na Rua Roberto Cichon e outra na Agamenon Magalhães, e o alargamento do viaduto da Presidente Affonso Camargo.