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Buracos, interdições e engarrafamentos no trecho norte | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Buracos, interdições e engarrafamentos no trecho norte| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Presidente do Ippuc espera verba federal

Apesar da expectativa em torno da venda dos Certificados de Potencial Adicional de Cons­­trução (Cepacs), é no Ministério das Cidades que reside a esperança de conclusão da Linha Verde. E é a expectativa do presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Póvoa Pires.

"As duas linhas de financiamento deverão se complementar, porque a verba dos Cepacs ainda não é garantida. Também não sabemos quanto o Ministério irá repassar para o projeto e esperamos que a informação da venda dos títulos não seja obstáculo para a liberação dos recursos federais."

Sobre o projeto da Linha Verde na parte norte, Pires informou que ele é o mesmo do realizado na sul, com prováveis mudanças apenas no traçado da ciclovia. "A concepção geral é a mesma, com as estações no meio onde passam os ônibus. Vamos ter algumas adaptações, como a questão das ciclovias, que na parte sul gera muitas reclamações."

A prefeitura diz que a manutenção no trecho em obras da Linha Verde Norte, entre o Jardim Botânico e a Avenida Victor Ferreira do Amaral, é responsabilidade da empreiteira. Sobre o trecho até o Atuba, alega não dispor de dados exclusivos de manutenção da via, mas que investe R$ 2,4 milhões por ano na operação tapa-buraco em toda a cidade.

Expectativa

Curitiba sonha com as obras há décadas, diz morador do Atuba

Morador do Atuba há 12 anos, Rudnei Lang, 47, sonha com as obras da Linha Verde desde que chegou ao bairro. "Sempre ouvimos a propaganda da reurbanização da BR-116. É um sonho antigo, porque hoje ela é uma via com mais de 20 semáforos e isso significa lentidão." Apesar da demora na conclusão das obras, o comerciante espera que o serviço seja melhor do que no trecho sul. "Fizeram as obras da sul com pressa e tem trincheira que não conseguiu fazer o trânsito fluir como deveria. Esperamos que a demora do trecho norte valha a pena."

Enquanto aguarda recursos para sua recauchutagem total, a Linha Verde Norte ainda enfrenta problemas como buracos, ondulações na pista, interdições e enormes congestionamentos. O trecho, que vai da Avenida Victor Ferreira do Amaral ao trevo do Atuba, tem dois lotes de reformas ainda não licitados e aguarda a viabilização de verbas cujas fontes ainda são incertas.

Essa situação do trecho norte difere, e muito, da verificada no sul. Lá, apesar de o trabalho na região da Rua Isaac Ferreira da Cruz ter sido interrompido por falta de pagamento e retomado apenas neste mês, o maior trecho, que vai do Pinheirinho ao Jardim Botânico, já foi concluído ao custo de R$ 160,9 milhões.

Enquanto aguardam as melhorias prometidas pela prefeitura, moradores de regiões como o Bairro Alto e o Atuba enfrentam transtornos diários, cujo final parece distante. Isso porque ainda não foram viabilizados os R$ 154,6 milhões necessários para realizar as intervenções em dois lotes: do Conjunto Solar ao trevo do Atuba, orçado em R$ 103,5 milhões, e da Victor Ferreira do Amaral, que custará R$ 51,1 milhões.

Cepacs duvidosos

Uma das possibilidades de financiamento ainda não decolou como o esperado. No ano passado, a prefeitura arrecadou apenas R$ 28 milhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com o primeiro leilão dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Esses títulos dão o direito a construir verticalmente na Linha Verde, além da Lei de Zoneamento, e por meio deles a prefeitura esperava bancar 80% das obras da região.

Segundo a prefeitura, para aumentar essa quantia, um novo leilão, dessa vez no valor de R$ 500 milhões, deverá ser lançado neste segundo semestre.

Outra opção está nas mãos do Ministério das Cidades. Em julho, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) entregou novo projeto para a Linha Verde orçado em R$ 321 milhões (que inclui dois lotes do trecho norte e um do sul). O plano faz parte de um pacote com outros seis projetos de mobilidade urbana, que somam R$ 6,8 bilhões, e concorrem à parte dos R$ 50 bilhões prometidos em junho pela presidente Dilma Rousseff.

Por enquanto, do lado conhecido como "primo pobre" da Linha Verde, apenas a intervenção entre o Jardim Botânico e a Avenida Victor Ferreira do Amaral está perto de ser concluída. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, o trecho orçado em R$ 63,3 milhões será concluído até dezembro com mais duas trincheiras, uma na Rua Roberto Cichon e outra na Agamenon Magalhães, e o alargamento do viaduto da Presidente Affonso Camargo.

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