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Urbanismo

Linha Verde fica entre críticas e apostas como salvação urbanística

Passado e presente |
Passado e presente (Foto: )

A Linha Verde, que promete integrar a antiga BR-116 à paisagem urbana de Curitiba, pode ser a grande obra do início do século 21. É o que pensa o arquiteto Mauro Magna Bosco, 56 anos, 29 dedicados a projetos no Ippuc. "É um projeto que ainda está no furacão, recebe muitas críticas. Mas será uma grande obra transformadora dos anos 2000", diz. "A BR cortava a cidade de forma violenta. A manutenção era relaxada, a iluminação e o asfalto eram ruins. A Linha Verde vai melhorar o sistema de transporte, vai valorizar os terrenos e a ocupação no entorno", prevê.

Para Paulo Chiesa, vice-coordenador do curso de Arquitetura da UFPR, a Linha Verde é a grande "obra metropolitana" de Curitiba. "A obra dará uma maior permeabilidade entre a região Sul e o restante da cidade", afirma. "Outra questão é o caráter metropolitano da obra, é o reconhecimento de que uma rodovia cinde a cidade em dois pedaços. A região metropolitana se desenvolve rapidamente. São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande e Araucária estão entre os nossos municípios mais ricos. Um ‘contorno metropolitano’ é fundamental para o futuro da metrópole."

Já o arquiteto Ricardo Tempel Mesquita é um dos críticos da falta de trincheiras. "Não consigo entender como se faz uma obra dessa, em que se gastam milhões, sem passagens de nível ou trincheiras", critica. "O que mais causa acidentes na cidade são os cruzamentos. Além de facilitarem o fluxo, trincheiras diminuiriam a taxa de acidentes." Para Mesquita, a Linha Verde não vem cumprindo a função para que foi projetada. "Moro no Boqueirão e alguns lugares já têm sinaleiros. Tem os mesmos problemas de sempre, de demora e de parar para cruzar a rodovia", afirma.

Em uma cidade com mais de um milhão de veículos, soluções e inovações para o transporte coletivo estão sempre em pauta. Para Mauro Magna Bosco, a cidade ainda deve investir no transporte de superfície antes de pensar no metrô. "O metrô vai atender um eixo, e o resto da cidade? Vai morar todo mundo ao longo do metrô?", questiona. "Não temos apenas ônibus, temos um sistema, com eixos estruturais, alimentadores, terminais, circulares. Acredito no ônibus, o metrô demoraria muito tempo para ser implantado." (JML)

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