O cruzamento da Linha Verde com a Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, prevê uma estação com três níveis para facilitar integrações| Foto: Ilustração-IPPUC

Desvalorização do euro atrasaria novas obras

O empréstimo de 72 milhões de euros da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), formalizado no fim do mês passado, prevê que as obras no Trecho Norte da Linha Verde e a recuperação do entorno do Rio Barigui sejam concluídas em até cinco anos. Nesse período, uma desvalorização do euro poderá gerar um problema semelhante ao que houve nas obras da primeira fase da Linha Verde.

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O curitibano só verá a Linha Verde pronta cinco anos depois do início das obras de revitalização da antiga BR-116 no perímetro urbano da capital – e a um custo muito maior do que o previsto. A previsão do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) é entregar os 8,6 km do Trecho Norte, entre os bairros Jardim Botânico e Atuba, no fim de 2012 – os 9,4 km do Trecho Sul, entre o Pinheirinho e o Atuba, foram entregues em dezembro de 2008. As negociações com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que vai financiar parte da obra, só foram concluídas no dia 27 de janeiro. Pelo cronograma do Ippuc, a licitação para a primeira fase dos trabalhos no Trecho Norte deverá ser aberta em março. Se não houver contestações à concorrência, as obras devem começar em setembro deste ano.

A principal justificativa da prefeitura de Curitiba para o atraso é a desvalorização do dólar, que teria reduzido a capacidade de investimento com os recursos contratados no Banco Interamericano de Desen­­vol­­vimento (BID). Os dois trechos da Linha Verde seriam financiados com 50% de um empréstimo no valor de US$ 134 milhões. Segundo o presidente do Ippuc, Cléver Almeida, com o valor inicial só foi possível concluir o Trecho Sul (leia mais nesta página). Para o Trecho Norte, a prefeitura vai investir cerca de 37 milhões de euros – o restante dos 72 milhões de euros que serão emprestados pela AFD será utilizado no plano de revitalização do entorno do Rio Barigui.

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A linha

A Linha Verde Norte terá nove estações de embarque e desembarque e sete trincheiras (veja quadro). Os dois viadutos que já existem na região, na Avenida Victor Ferreira do Amaral e no Jardim Botânico, serão ampliados. Um dos diferenciais em relação ao Trecho Sul será a instalação de sete trincheiras – a ausência de trincheiras e viadutos foi criticada quando a prefeitura entregou a primeira fase. "Os aspectos topográficos são diferentes no norte e sul", justifica o supervisor de implantação do Ippuc, Edemar Meissner. "Se a topografia não é favorável, pode prejudicar a entrada e a saída de quem já está no local. O Trecho Norte permite trincheiras com quase 100% de utilização nas laterais", afirma.

Outra diferença será a implantação de uma estação em três níveis. A Estação Tarumã, no cruzamento da rodovia com a Victor Ferreira do Amaral, terá níveis para os ônibus da Linha Verde, para os ônibus que fazem a ligação com Pinhais, na região metropolitana, e para os demais veículos. A primeira fase das obras do Trecho Norte vai do câmpus da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no Jardim Botânico até a Victor Ferreira do Amaral. A avenida entrará em outra fase da obra – o Ippuc ainda não definiu se o restante dos trabalhos será feito em um ou dois lotes. Mais duas linhas de ônibus entrarão em operação quando o Trecho Norte for entregue: Pinheirinho-Atuba e Atuba-Centro.

Conexão metropolitana

Segundo Cléver Almeida, existe a possibilidade de, depois de o Trecho Norte ser concluído, a Linha Verde ser estendida a municípios da região metropolitana. A ideia é fazer uma conexão com o Terminal Maracanã, em Colombo, no Trecho Norte, e com o município de Fazenda Rio Grande, no Trecho Sul. Mas isso dependeria de outro financiamento. "Estamos prevendo uma conexão futura, mas só depois que a Linha Verde for totalmente concluída", afirma.

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O presidente do Ippuc reforça a ideia de que viadutos e trincheiras no Trecho Sul prejudicariam o sistema de transporte coletivo. "Em volta das estações temos os polos, que são locais mais atrativos, com acessibilidade maior, como forma de adensar mais. Viadutos não seriam muito compatíveis com os polos", diz. Na avaliação dele, a travessia de pedestres na Linha Verde não é muito mais difícil do que em outros pontos da cidade. "Ao longo de todo o trajeto há semáforos nas estações. A Linha Verde tem 10,5 metros (de travessia); as estruturais (rápidas) têm 12 metros", compara. Apesar disso, Almeida não descarta a instalação de passarelas no Trecho Sul. "Se existir no futuro um shop­ping ou um hipermercado que provoque uma travessia bem consolidada de pedestres, a prefeitura não descarta implantar passarelas", afirma. Segundo Almeida, a inauguração do Trecho Sul da Linha Verde diminuiu em 28% o tempo de viagem entre o bairro Pinheirinho e o centro da cidade.

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Interatividade

Que outras obras seriam necessárias para desafogar o trânsito de Curitiba?

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