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Urbanismo

Livro acende debate sobre o petit-pavé

O lançamento do livro Calçadas de Curitiba – Preservar é Preciso, da arquiteta Lúcia Torres de Moraes Vasconcelos, ontem à noite, colocou frente a frente o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luís Henrique Fragomeni, e críticos das calçadas de petit-pavé na cidade. O livro foi lançado na biblioteca do Ippuc.

A polêmica envolvendo as calçadas se acirrou depois que a prefeitura de Curitiba anunciou o projeto de revitalização da Avenida Marechal Deodoro. Apesar de uma lei municipal de 1997 determinar a troca do petit-pavé por pisos anti-derrapantes, o projeto prevê a manutenção de uma faixa com as tradicionais pedrinhas. O projeto já gerou duas ações na Justiça, movidas pela Associação Brasileira de Defesa Cívica (ABDC), entidade com sede em Curitiba, e pelo vereador André Passos (PT).

Ontem à noite, Luís Henrique Fragomeni recebeu informalmente os presidentes da ABDC, João Carlos Cascaes, da Associação Paranaense dos Deficientes Físicos, Mauro Nardini, Neusa Moro, do Núcleo de Assessoria às Pessoas com Necessidades Especiais da Universidade Federal do Paraná, o arquiteto Ricardo Mesquista, especialista em acessibilidade, e o vereador Aladim Luciano (PV).

Para Fragomeni, o importante é manter um canal de diálogo. "Curitiba tem um passivo em relação à acessibilidade e estamos dispostos a rever isso", afirmou. Já para o arquiteto Ricardo Mesquita, manter o petit-pavé é "voltar ao passado". "Se fosse assim, deveríamos reativar os bondes movidos a cavalo", comentou.

Para Lúcia Torres de Moraes Vasconcelos, há um exagero nas críticas ao petit-pavé. "Acho que está havendo um radicalismo. Os problemas surgem quando não há mão-de-obra adequada. Os primeiros calceteiros vieram de Portugal, mas aqui eram tratados como mão-de-obra barata", disse.

Rico em fotos e ilustrações, o livro Calçadas de Curitiba conta a história das calçadas na região central da cidade desde o início do século passado. A pesquisa começou em 2001. Um dos pontos de partida foi um texto de 1953, da revista Ilustração Brasileira, assinado pelo pintor paranaense Lange de Morretes, em que ele explicava como chegou à estilização do pinheiro do Paraná. O livro mostra motivos paranistas e indígenas feitos com o petit-pavé e detalha cada material utilizado na cidade. Calçadas de Curitiba – Preservar é Preciso tem 136 páginas e custa R$ 30.

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