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Educação

Livro didático traz mapa do tráfico

São Paulo – Um livro de Geografia, aprovado pelo Ministério da Educação (MEC), vem causando polêmica na cidade do Rio de Janeiro. "Geografia, Sociedade e Cotidiano", escrito por Dadá Martins, Francisco Bigotto e Márcio Vitiello para crianças da 6.ª série do Ensino Fundamental, traz no seu primeiro capítulo um mapa do município. A ilustração mostra as áreas onde atuariam as quadrilhas que comandam o tráfico (Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigo dos Amigos). Os pontos são distribuídos pelo mapa de acordo com as regiões da cidade.

O prefeito do Rio, César Maia, fez críticas ao livro e divulgou uma nota em seu blog na internet questionando se o MEC analisou o material. Segundo Maia, o conteúdo "é um atentado ao ensino de geografia para crianças de 12 anos". O ministério não quis comentar as críticas e afirmou que todo livro didático, antes de ser aprovado e entrar para a lista oficial, é analisado por uma equipe de especialistas. E, segundo os critérios estabelecidos pelo próprio ministério, são retirados dessa lista os livros que tenham informações erradas, preconceito ou discriminação de qualquer natureza.

Márcio Vittielo, um dos autores do livro, afirma que nada foi inventado e que tudo foi resultado de uma pesquisa. "Esses dados foram divulgados pela imprensa, todas as imagens também, e o mapa, inclusive, não é uma criação nossa. Nós estamos colocando num livro didático uma informação que faz parte da realidade do país", argumentou o autor.

Professores da rede municipal do Rio preparam um manifesto criticando o livro. O documento pedirá a retirada de circulação do material e será enviado ao MEC. O livro, apesar de indicado pelo MEC, foi vetado pela prefeitura carioca nas escolas municipais. "Esse livro é anti-pedagógico, uma agressão ao povo do Rio", disse o ex-secretário estadual de Educação e membro da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier. "É preciso haver maior transparência nos métodos de escolha pelo MEC. Ninguém conhece os critérios de avaliação, quem são os avaliadores, por que um deve e outro não deve ser aprovado", criticou o educador.

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