Um filhote de lobo-marinho está sendo mantido em observação numa área do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná, em Pontal do Paraná, litoral do estado. Pesando 14 quilos e com idade aproximada de um ano de vida, o mamífero foi encontrado na quarta-feira passada na praia de Caieiras, em Guaratuba. O animal apresenta uma lesão em um dos olhos, possivelmente provocada por redes de barcos pesqueiros.
Localizado por populares, o lobo-marinho foi transportado até Pontal do Paraná numa camioneta da Polícia Ambiental. De acordo com Márcia Regina de Oliveira, responsável pelo setor de mamíferos marinhos do CEM, o animal está em fase de reabilitação, após sofrer com o estresse da captura. A pesquisadora também está cuidando dos ferimentos encontrados no olho do mamífero.
Membro da espécie Arctocephalus australis, o animal que se encontra no CEM é também conhecido como lobo-de-dois-pêlos ou lobo- marinho do Sul. Membros da espécie são freqüentemente avistados na Costa Sul do país, nesta época do ano. Os animais podem chegar às praias em busca de peixes trazidos pelas correntes marinhas. Eles são predadores costeiros, que se alimentam basicamente de camarões, polvos e peixes que capturam.
Durante o período de reabilitação, o lobo-marinho está sendo mantido em um local com água doce, na qual ela se adapta rapidamente, e recebendo peixes frescos para alimentação. Márcia Regina lamenta não poder fazer exames mais detalhados no lobo-marinho. "A falta de recursos não nos permite efetuar um diagnóstico mais detalhado" afirma. Por isso o monitoramento da reabilitação do animal tem sido feito de forma apenas visual.
Após a recuperação, o animal deverá ser levado até uma região próxima da Ilha dos Currais para ser solto. A pesquisadora acredita que a partir do local, ele poderá retornar para seu hábitat natural. A presença do lobo-marinho no CEM tem atraído a curiosidade de jornalistas e populares. A pesquisadora proibiu o acesso da imprensa no local e alerta às pessoas que o animal está "em estado de observação e não em exposição". Márcia disse que a visitação, além de desaconselhável para a reabilitação do animal, não é possível.
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