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Um lobo-marinho encontrado ferido em Matinhos, no litoral do Paraná, no fim de semana, deve voltar ao mar hoje. O animal, um macho adulto com 100 quilos, da espécie Arctocephalus, foi localizado por moradores por volta das 12 horas de sábado. Como estava machucado, após passar cerca de quatro horas na praia, ele foi levado por uma equipe do Corpo de Bombeiros para o Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR), em Pontal do Paraná, onde estão sendo tratados os ferimentos do bicho.

"O lobo-marinho chegou com pequenos machucados nas nadadeiras, que já estão cicatrizando. Agora, ele precisa descansar para voltar à vida normal", disse o veterinário João Paulo Bastardo Rodrigues, que trabalha como voluntário no projeto Pró-Mar, que funciona nas instalações do CEM-UFPR.

A intenção, segundo o veterinário, é soltar o animal em alto-mar ainda hoje, mas isso vai depender da quantidade de combustível disponível para o barco usado no projeto. "Se não conseguirmos combustível suficiente, vamos soltá-lo atrás da Ilha do Mel", afirmou.

Segundo Rodrigues, este é o sexto lobo-marinho levado este ano para tratamento no CEM-UFPR. "É normal este animal parar numa praia para descansar. Os lobos-marinhos viajam o mundo inteiro pelos mares e, em algum momento, eles saem da água para descansar. O que não é normal é ele ter parado em Matinhos, porque se trata de uma praia poluída. Provavelmente, ele encontrou alguma rede de pescador ou um produto poluente que fez ele procurar a praia", comentou o veterinário.

Atendimento

Na manhã ontem, outro animal, encontrado em Shangri-lá, chegou ao CEM. Trata-se de uma tartaruga da espécie Chelonia Mydas, conhecida como tartaruga verde. Ela apresenta uma perfuração no casco, provavelmente, provocada pela hélice de uma embarcação. "Este animal vai demorar para sair daqui porque precisa de cuidados especiais", disse Rodrigues.

O projeto Pró-Mar é uma iniciativa de dois biólogos, um médico-veterinário e dois oceanógrafos, que há três anos, voluntariamente, atendem todos os animais que chegam ao local, em qualquer dia ou hora. Neste ano, já foram atendidos seis lobos-marinhos, dez tartarugas, cinco fragatas e seis atobás, entre outros bichos.

"Nós atuamos dentro do CEM, mas temos nossa própria farmácia, nossos viveiros. Contamos com a colaboração de comerciantes da região e do Ibama para aquisição do material. É como um hospital, alguns animais, como a tartaruga que acabou de chegar, precisam de um tratamento mais intenso, tipo uma UTI. E cada espécie precisa ter seu viveiro", afirmou o veterinário.

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