A Avenida Professor Celestino Bourroul, no bairro do Limão, na zona norte, foi atingida pela falta de água durante toda a manhã e até o meio da tarde desta quarta-feira, 15. Um dos maiores supermercados da região, o Carrefour só viu as torneiras voltarem a ter água por volta das 15 horas.

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"E ainda voltou suja", reclamou a gerente do restaurante Giraffas, Maria Regina Vieira da Silva, de 24 anos, que relatou um tom marrom. "Desde ontem à noite ficamos sem água, é um absurdo. Alguns dias até faltava por uma hora ou duas, mas nunca havia acontecido de ser assim, o dia inteiro", afirmou Maria Regina. "Ainda bem que a maioria dos clientes entendeu. Alguns estabelecimentos não conseguiam nem cozinhar arroz." O jeito, segundo ela, foi lavar a louça e cozinhar com água mineral.

O método também foi adotado por outros restaurantes da praça de alimentação, como a Casa do Pão de Queijo. Às 17 horas de ontem, as atendentes haviam acumulado sete galões e umas 20 garrafas de água mineral vazias no chão. "Não tinha como servir café expresso porque a máquina só funciona com água encanada", disse uma das atendentes. "Só pudemos usar uma das máquinas disponíveis, mas o café nela é mais caro e alguns clientes não quiseram."

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Prejuízo

Quem amargou prejuízo foi a rede McDonald’s, uma das lojas mais movimentadas da praça de alimentação. No fim da tarde, os funcionários varriam o chão e se preparavam para abrir as portas mais de 6 horas após o horário habitual. "O procedimento não permite que usemos água mineral, que não sabemos qual é a procedência, nos processos de alimentação da rede. Por isso, ficamos fechados e só conseguimos reabrir após as 16 horas", disse uma funcionária.

O problema não foi pontual do Carrefour. Outros estabelecimentos comerciais na mesma avenida sofreram com a falta de água. Procurada à noite, a Sabesp não explicou a falta d’água na zona norte.

Por falta d'água, estação Brás fecha banheiros

Também tem faltado água na rede de transportes sobre trilhos da cidade de São Paulo. Na manhã desta quarta-feira, 15, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo percorreu 11 estações do Metrô e apurou que ao menos no Brás - parada compartilhada com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) -, na região central da cidade, faltou água.

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Uma placa colocada na frente dos sanitários masculino e feminino da estação, no piso térreo, perto da entrada pelo Largo da Concórdia, indicava que o funcionamento dos banheiros ocorria de forma "parcial", em decorrência de "falha na rede de distribuição".

Um funcionário afirmou que o problema atingia principalmente o sanitário feminino, na porta do qual formava-se uma grande fila.

"É terrível essa situação. Uma estação tão grande assim ficar sem um banheiro disponível?", disse a auxiliar de limpeza Miriam Severina da Silva, de 51 anos. "Vou ter de procurar um banheiro na rua." Ela contou que na cidade onde mora, Guarulhos, na Grande São Paulo, já enfrenta falta d’água em casa há dias. "Depois das 13h, quase não chega nada, por isso a gente tem de armazenar em baldes."

Por meio de nota enviada ainda de manhã, o Metrô informou que "todos os sanitários públicos das estações metroviárias estão abertos e funcionando". A empresa, que, assim como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), é gerenciada pelo governo do Estado, não comentou a situação da Estação Brás.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo também esteve nos terminais rodoviários do Jabaquara, na zona sul, e do Tietê, na zona norte. O abastecimento de água nesses dois pontos era normal, de acordo com os funcionários.

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