Londrina Cansados dos freqüentes assaltos, comerciantes do Jardim Ideal, em Londrina (Norte do estado), planejam contratar um segurança armado para vigiar o bairro durante o dia e fazer o patrulhamento que deveria ser feito pela polícia. "Hoje os comerciantes estão trabalhando presos. Estamos isolados", diz o comerciante Moisés dos Santos. Para ele, a presença de um guarda armado pode inibir a ação dos assaltantes.
Os comerciantes da região contabilizam 15 assaltos no último trimestre, entre mercados, padaria, salão de beleza, bazar, sorveteria e casa de produtos veterinários. Os ladrões atuam de bicicleta, usam armas de fogo e às vezes agem em dupla.
Por conta disso, Santos e outros lojistas acabam de se organizar em um grupo autodenominado Grupamento dos Comerciantes, que vai se reunir pela primeira vez na próxima quinta-feira para discutir medidas para enfrentar a criminalidade. A contratação de um guarda é uma das sugestões. Foram convidados representantes da Polícia Civil, do 5.º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e um advogado, que pretende analisar a legalidade da contratação de um segurança armado.
Questionado se a opção por um vigia armado não é o começo da implantação de uma milícia para fazer a segurança no bairro, Santos negou que esta seja a idéia. "Não chega a ser uma milícia, é pouca gente. Apenas uma pessoa de moto para poder cobrir todo o percurso rapidamente", explicou.
Santos, que foi assaltado há cerca de 45 dias, conta que já gastou R$ 1 mil em equipamentos de segurança na expectativa de dificultar a vida dos assaltantes.
O porta-voz do 5.º BPM, tenente Ricardo Eguedis, disse que a contratação do guarda é "uma questão de foro íntimo dos comerciantes". Perguntado sobre a avaliação que a PM faz da medida em debate pelos comerciantes, Eguedis afirmou que precisaria "fazer uma análise com o comando" do batalhão para poder responder. "O trabalho da polícia tem sido realizado na região. Vou orientar a pessoa que vai à reunião a expor o nosso trabalho, o que a polícia tem feito", declarou Eguedis.
Já o delegado-chefe da 10.ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, disse não saber da reunião dos comerciantes do Jardim Ideal e que para fazer uma avaliação sobre a contratação do guarda armado precisaria ter mais informações sobre a situação. "As pessoas podem tomar medidas para defender o seu patrimônio, como instalar alarme, fazer seguro. Agora contratar guarda armado eu desconheço", disse.
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