A Fundação Cultural de Curitiba irá analisar o pedido dos comerciantes da Galeria Júlio Moreira, no Centro da cidade, de estender o prazo para desocupação das lojas. Na semana passada, os lojistas que trabalham no espaço um corredor subterrâneo que liga a Praça Tiradentes ao Largo da Ordem receberam um comunicado que dava o prazo de 30 dias para a retirada. O motivo é uma reforma que a Fundação fará com o objetivo de transformar o espaço em um local cultural.
De acordo com o presidente da Fundação, Paulino Viapiana, o edital de licitação ainda está em fase de elaboração e deve ser publicado dentro de duas semanas. A partir daí, há um prazo legal de 45 dias para a apresentação das propostas. "Por conta desses prazos, é pouco provável que as obras efetivamente comecem neste ano", adianta. Segundo ele, a reforma deve começar pelo Teatro Universitário de Curitiba (TUC). "Mesmo que a gente consiga começar a obra até o fim deste ano, os comerciantes poderiam continuar no local por mais um tempo", afirma. De acordo com Viapiana, os lojistas não serão trasferidos. "O contrato é bastante claro, prevê que a qualquer momento a locação pode ser revogada. Nesse caso, o interesse público se sobrepõe ao privado", diz.
O novo projeto prevê a manutenção de pelo menos duas lojas na galeria, mas por causa do perfil cultural os estabelecimentos existentes hoje não seriam adequados. "A banca de revistas talvez possa continuar, mas a seleção será feita por edital público", diz.
A revitalização da Júlio Moreira prevê, na reforma do teatro, a instalação de sanitários, camarim, readequações elétrica e hidráulica, sistema de climatização ou ventilação, colocação de cabine de som, projeto de luminotecnia e iluminação cênica, nova bilheteria, reforma da área administrativa e instalação de porta corta-fogo. "A proposta é fazer com que a galeria volte a ser um espaço de ação cultural, com apresentação de bandas toda semana e exposições de arte", afirma.
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