Comerciantes da Galeria Júlio Moreira, no Centro de Curitiba, terão 30 dias para desocupar os boxes em que trabalham. Há um mês eles foram informados que a administração da galeria, que até então era feita pela Urbs, passaria, a partir de setembro, a ser de responsabilidade da Fundação Cultural de Curitiba. Na última terça-feira eles receberam uma carta informando sobre o prazo de um mês para desocupação. O motivo seria uma reforma que a Fundação irá promover na galeria, que foi construída em 1976. A Júlio Moreira liga a Rua José Bonifácio ao Largo da Ordem e abriga o Teatro Universitário de Curitiba.
Os comerciantes afirmam que não foram informados sobre detalhes da reforma e dizem estar apreensivos. Não sabem quando as obras terão início, quanto tempo levará para ser concluída e nem se terão alguma garantia.
José Avelar de Melo, proprietário da banca de revistas da galeria se diz inconformado. Trabalhando no local há 30 anos, ele chama pelo nome a maioria dos clientes que freqüenta a banca e aos poucos vai comunicando a clientela. "Estou avisando o pessoal, não sei o que fazer. Essa banca é minha vida", lamenta.
"Não sei se vamos receber alguma indenização, se vão nos colocar em outro lugar ou se simplesmente vamos ficar sem nada. A gente espera que eles dêem pelo menos um prazo maior. Em 30 dias não temos condições de retirar as mercadorias e encontrar outro espaço", reclama Margarida Oliveira, responsável por uma loja de complementos alimentares.
Procurada pela reportagem, a prefeitura informou que a pessoa responsável pelo projeto não foi localizada e que mais informações sobre as obras só poderiam ser repassadas na próxima segunda-feira. Uma nota divulgada pela assessoria de imprensa, afirma que "os ocupantes dos boxes tinham contrato de permissão com a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), que administrou o local até agosto. Desde então, a administração do local passou para a Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Os contratos eram a título precário, ou seja: por interesse público, podem ser revogados a qualquer momento, como é de conhecimento dos permissionários."
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