O fechamento da Rua João Cândido para o trânsito de veículos particulares e o congestionamento em algumas das principais avenidas marcaram ontem o Dia Mundial sem Carro, em Londrina (Norte do estado). Foi a primeira vez que a cidade participou do movimento. À tarde houve uma passeata com alunos de escolas das redes pública e privada, ciclistas e taxistas. Com o slogan "O que nós queremos? Paz no trânsito já!", eles saíram da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e foram até o Terminal Urbano, pela Rua João Cândido. "Queremos paz no trânsito porque está violento demais. A passeata ajuda espalhando a notícia, propagando isso", defendeu Romeu Gabriel Rosas, 10 anos, aluno da Escola Municipal Arthur Thomas.
Nos cruzamentos da João Cândido, apesar de faixas espalhadas nas ruas, grande parte dos motoristas garantiu não estar sabendo da data. "Não sabia. Realmente, as ruas estão mais cheias. Acho que vale a pena se for para incentivar a usar menos o carro", disse a assistente social Silvana Luizito Carneiro. "Estou sabendo agora que você falou", afirmou o professor Reginaldo Descheve, completando que seria interessante as pessoas deixarem o carro em casa "se o transporte público fosse adequado".
Para a taxista Rosemeire do Nascimento, que participou da carreata, a iniciativa é boa, mas não suficiente. "Deveria haver mais entidades envolvidas e mais divulgação, porque o que é visto é lembrado". A estudante de arquitetura da Universidade de Londrina Danaê Fernandes era uma das 15 ciclistas que saíram pedalando da UEL e se uniram à manifestação. Segundo ela, Londrina ignora os ciclistas. "A cidade foi pensada para 50 mil habitantes, então tem esses problemas de fluxo. A bike é um jeito de desafogar o trânsito, além de ser um estilo de vida".
Benção de carros
Na Paróquia São Vicente de Paulo, que fica junto com o Santuário Eucarístico Mariano (zona sul), o dia foi marcado por bênçãos de carros e motoristas. "Vim pedir a bênção de Deus, porque se depender dos homens está difícil. O trânsito anda complicadíssimo. Acho que deveria ter mais leis para motos, porque elas cortam a gente por todos os lados e atrapalham", disse a agricultora Maria Rosalinda Stresser.
O padre Joel Ribeiro Medeiros, responsável pela organização do evento, lembrou que Madre Leônia Milito perdeu a vida num acidente automobilístico em 22 de junho de 1980 e, desde então, todo dia 22 há uma celebração especial para lembrar a beata "protetora da vida no trânsito". "Aconteceu do dia 22 cair no Dia sem Carro, até pensamos em trocar a data, mas mantivemos. Além da bênção, para proteção, estamos trabalhando na conscientização dos condutores, que receberam os 10 mandamentos do motorista".
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