A partir de hoje, os agentes de controle de endemias poderão entrar em qualquer imóvel de Londrina onde seja identificado um foco do mosquito da dengue, mesmo que o proprietário não autorize. Essa é apenas uma das medidas decorrentes do anúncio do prefeito Barbosa Neto, que decretou ontem estado de emergência na cidade. Entre as outras ações da prefeitura estão a convocação dos servidores que estão cedidos ou deslocados em outros órgãos e a solicitação de reforço financeiro e de pessoal, tanto do estado como da União.
O número de casos de dengue no Paraná neste ano já é 160% maior que o contabilizado nas primeiras quatro semanas de 2010, ano em que o estado registrou o maior volume de vítimas da doença, com 33.456 confirmações e 15 mortes. De acordo com o informe semanal divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), de 1.º a 28 de janeiro foram registrados 390 casos, a maioria no Norte do estado. No ano passado, até o dia 2 de fevereiro, haviam sido confirmadas 150 suspeitas.
Entre as 21 cidades paranaenses onde já foram registrados casos neste ano, Jacarezinho, com 197 confirmações, e Londrina, com 142, são as mais afetadas. Segundo o superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a situação é semelhante à observada nas primeiras semanas de fevereiro de 2010 em dois meses, os casos se aproximaram de mil. "Essa evolução já era esperada. Analisamos as notificações, e conseguimos nos antecipar."
Segundo Paz, a meta é garantir atendimento adequado nos casos de suspeita e depois de a doença ter sido confirmada. "Uma das metas é reduzir o tempo do resultado dos exames, que hoje varia de duas a três semanas", disse Paz. "Eram vários os motivos que apontavam para a situação atual, como a desmobilização dos municípios, os fatores climáticos favoráveis à proliferação do Aedes aegypti e a forma como a dengue se apresentou, sustentada quase o ano todo."