Londrina, no Norte do Paraná, com uma população três vezes menor que Curitiba, recolhe quase a mesma quantidade de lixo reciclável que a capital ecológica. É o que também mostra a pesquisa da Associação Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). Em 2006, Londrina, com 495.696 habitantes, atingiu a marca de 1.080 toneladas recolhidas ao mês. Curitiba, com 1.788.559 habitantes, recolheu 1.140 – a pesquisa considera apenas a coleta oficial de Curitiba, o mesmo não ocorrendo com Londrina.

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De acordo com o diretor-executivo da Cempre, André Vilhena, a diferença entre os dois municípios está na forma como é tratada, pelas duas prefeituras, a coleta feita pelos catadores. Em Londrina, não há caminhão da prefeitura para recolher o lixo reciclável. A coleta é feita diretamente por 30 organizações não-governamentais (ONGs), nas quais cerca de 500 recicladores – como são chamados os catadores – estão associados. A prefeitura fica apenas com o papel de monitorar a atividade e transportar o material coletado.

Segundo o coordenador do Programa de Coleta Seletiva da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina, Devair Batista de Almeida, quando o programa foi implantado, em 2001, os caminhões da prefeitura faziam a coleta seletiva e encaminhavam o material recolhido para que as ONGs fizessem a triagem e a separação. "Os recicladores começaram a querer ir para a rua e o resultado foi positivo", diz.

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De acordo com Almeida, cada reciclador tem seu setor. Isto permite que tenham uma relação mais próxima com cada morador. "Se houver algum problema, eles correm o risco de perder o setor de trabalho", explica.

A prefeitura de Curitiba também estuda realizar uma integração com a coleta seletiva informal. O projeto ainda está sendo estruturado, mas a idéia é criar 25 parques de recepção de reciclados, até 2010, para que os carrinheiros tenham para onde levar o lixo que recolhem. (TC)