O aeroporto de Londrina (PR), o 27.º em movimento de aeronaves no país em 2011, é recordista em reclamações de pilotos sobre o uso de raio laser. Esses equipamentos, apontados por pessoas que estão no solo, atrapalham a visão dos pilotos e podem causar até cegueira temporária.
Só neste ano, pilotos denunciaram 55 casos do tipo em Londrina. Vitória (44) e Brasília (42) ficam atrás do aeroporto paranaense.
Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostram que o problema ocorre na maioria dos aeroportos e vem piorando.
Neste ano, até o dia 4, foram 670 casos. Em 2011 registraram-se 250 ocorrências. "Se fizer seis voos noturnos em uma semana, em ao menos cinco deles terei problemas com laser apontado para a cabine do avião", diz o instrutor de voo do Aeroclube de Londrina Fernando César Rodrigues.
A coordenadora de segurança operacional do aeroporto de Londrina, Maria Terezinha Pavan, afirma que faz o possível. "Fazemos tudo o que é recomendado pelo Cenipa. Incentivamos os pilotos a comunicarem os casos e avisamos a polícia de que região da cidade estão partindo os raios", disse.
Para o instrutor de voo, o problema é grave. "O laser forma um clarão, como se eu olhasse para os faróis de um automóvel. Tento desviar o olhar, mas com isso desvio também a atenção da pista durante o pouso, justamente quando preciso de mais concentração", afirmou.
Direcionar raios laser para aviões é crime, com pena de dois a cinco anos de reclusão. Mas a punição é difícil. "Só podemos prender em flagrante. O ideal é investir em conscientização", disse o capitão Paulo Siloto, do 5º Batalhão da Polícia Militar do Paraná.