Pronto-socorro do Hospital Universitário: falta de dinheiro impede unidade de comprar materiais| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Londrina - A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina elaborou um plano emergencial para tentar minimizar os problemas com a paralisação dos prontos-socorros e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais e pediátricas de vários hospitais da cidade. Devem participar da paralisação, prevista para começar hoje, os hospitais Evangélico, Santa Casa, Infantil e Hospital do Câncer.

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Entre as medidas emergenciais está a convocação de servidores e a ampliação de horários de postos de saúde, suspensão de cirurgias eletivas, além de outras atitudes como obrigar os hospitais que possuem contrato com Sistema Único de Saúde (SUS) a manter 30% de seus profissionais nos plantões. O plano é uma resposta ao ofício encaminhado pelo Ministério Público pedindo providências.

A paralisação é uma forma de os médicos protestarem contra atrasos nos pagamentos de plantões feitos a distância.

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Com a ameaça de paralisação, a administração aceitou, na quarta-feira, pagar as parcelas atrasadas dos incentivos após o término de uma auditoria completa no sistema – o que deve ocorrer em 30 dias. O governo municipal prometeu também enviar à Câmara um projeto de lei para autorizar o pagamento dos atrasados e dos valores futuros.

Os médicos plantonistas, porém, não aceitaram a proposta da prefeitura de Londrina e decidiram que vão suspender o atendimento a partir de hoje. A definição foi tomada em duas assembleias.

De acordo com o plano emergencial, os hospitais de Cambé, Ibiporã e Rolândia darão suporte de leitos de internação de média e alta complexidade. Com a impossibilidade de atendimento em Londrina, o hospital regional João de Freitas, de Arapongas, será referência para traumato-ortopedia e cardiovascular. Na gestação de alto risco, os hospitais da Providência Materno Infantil, de Apucarana e Bom Jesus, de Ivaiporã, foram os definidos. O hospital da Providência de Apucarana também será referência em neurocirurgia.

Um dos pontos polêmicos do plano emergencial é a definição de que os hospitais que possuem contrato com o SUS, ou seja, todos os que vão parar, mantenham 30% dos médicos de plantão em urgência e emergência. A reportagem do JL não conseguiu contato com o presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Antônio Caetano de Pau­lo, mas a assessoria de imprensa da Santa Casa de Londrina adiantou que não há nenhuma expectativa de que seja cumprida a medida. A orientação continua pela paralisação total.