A transferência de uma locomotiva histórica de Londrina para Curitiba, programada para esta sexta-feira (21), foi suspensa temporariamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A decisão foi tomada pela presidente do Iphan, Jurema Machado. A manobreira a vapor La Meuse, número 101, fabricada na Bélgica, deveria ser cedida à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).
A grande repercussão entre os londrinenses, que rejeitaram a transferência do equipamento para a capital, manifestando-se nas redes sociais, fez o deputado federal Marcelo Belinati (PP) procurar o Iphan e pedir a suspensão da medida.“Reuni diversas matérias do Jornal de Londrina que discutiam a questão da retirada da locomotiva, que faz parte da história de Londrina, e mostrei para a doutora Jurema a comoção popular que se deu por essa questão. Apresentei os textos, os comentários e os compartilhamentos nas redes sociais para mostrar o quanto a sociedade londrinense estava discutindo a situação”, explicou Belinati. Segundo ele, isso sensibilizou a autoridade do Iphan.
Segundo o deputado, nesta segunda-feira (24) representantes da prefeitura, Museu Histórico de Londrina e Associação Sociedade Amigos do Museu tentarão encontrar uma solução para que a manobreira fique definitivamente em Londrina.
“Eles querem que a locomotiva seja preservada e colocada em funcionamento. A presidente do Iphan foi bastante clara ao dizer que o funcionamento pode ser de uma forma lúdica. Mostrei o espaço do Museu pelo computador e sugeri que ali poderia ser construído um trilho para que a locomotiva andasse de um lado para o outro como uma das atrações do local, por exemplo.”
A polêmica
A máquina usada para engatar e desengatar trens foi requisitada formalmente pelo Iphan à prefeitura de Londrina. Instalada em frente ao Pronto Atendimento Infantil (PAI) desde 1998, a locomotiva está enferrujada e cheia de marcas de vandalismo. Em meio aos rabiscos de nomes dos “visitantes”, está um bem desenhado logotipo da Rede Viária Paraná-Santa Catarina (RVPSC), a quem pertencia a máquina. “Não gostaríamos de perder essa peça e faremos o possível para que fique em Londrina”, afirmou a secretária municipal de Cultura, Solange Batigliana.
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